AUTORIA: (EDUARDO VIANA E FERNANDO CABELEIREIRO)
F – Eu sou um simples “barbeiro”
Tranquilo não tenho pressa.
Ser rei é só ter um cargo,
Coroa é só uma peça.
Sou feliz, quero viver,
Pra que ser rei e morrer,
O “cargo” não me interessa.
Tranquilo não tenho pressa.
Ser rei é só ter um cargo,
Coroa é só uma peça.
Sou feliz, quero viver,
Pra que ser rei e morrer,
O “cargo” não me interessa.
E – Eu organizo a remessa
Do trabalho e do dinheiro.
E para ter que gastar,
Preciso ganhar primeiro.
Do mundo sou só um membro,
Ganho no mês de dezembro,
Gasto no mês de janeiro.
Do trabalho e do dinheiro.
E para ter que gastar,
Preciso ganhar primeiro.
Do mundo sou só um membro,
Ganho no mês de dezembro,
Gasto no mês de janeiro.
F – Gasto todo o meu dinheiro
Só com tecnologia.
Pois já dizia o meu pai,
O finado “Zacaria”.
No banco o dinheiro some,
No bolso o diabo come,
Ou vai no ralo da pia.
Só com tecnologia.
Pois já dizia o meu pai,
O finado “Zacaria”.
No banco o dinheiro some,
No bolso o diabo come,
Ou vai no ralo da pia.
E – Eu sou duma freguesia
De mato e de capoeira.
Onde só se ver dinheiro,
No dia de fazer feira.
Quem gasta ele; prospera,
Quem economiza espera,
Pra morrer na quebradeira.
De mato e de capoeira.
Onde só se ver dinheiro,
No dia de fazer feira.
Quem gasta ele; prospera,
Quem economiza espera,
Pra morrer na quebradeira.
F – Assim a pior besteira
É por dinheiro em poupança.
O cabra só se lascando,
Pra se ter a esperança.
Que um dia vai se dar bem,
E depois chegar alguém,
Come o doce da criança.
É por dinheiro em poupança.
O cabra só se lascando,
Pra se ter a esperança.
Que um dia vai se dar bem,
E depois chegar alguém,
Come o doce da criança.
E – Que seja aqui ou na França
Ou qualquer lugar do mundo.
Dinheiro sem circular,
É igual um poço fundo.
Tem que fazer movimento,
Quem não gastar no momento,
Vai deixar pra vagabundo.
Ou qualquer lugar do mundo.
Dinheiro sem circular,
É igual um poço fundo.
Tem que fazer movimento,
Quem não gastar no momento,
Vai deixar pra vagabundo.
F – Nesse mundo velho imundo
Não dou uma de “Mané”.
Pegar o que é meu em vida,
Pode sair do meu pé.
Pois eu estou bem ativo,
Mando pro beco de Ivo,
Sacudo na chaminé.
Não dou uma de “Mané”.
Pegar o que é meu em vida,
Pode sair do meu pé.
Pois eu estou bem ativo,
Mando pro beco de Ivo,
Sacudo na chaminé.
E – Já morei no cabaré
Gastando cinquenta e cem.
Estourei na gasolina,
E na orgia também.
Mas o dinheiro tem gosto,
Quanto mais o gasto exposto,
Mas ele gosta e mais vem.
Gastando cinquenta e cem.
Estourei na gasolina,
E na orgia também.
Mas o dinheiro tem gosto,
Quanto mais o gasto exposto,
Mas ele gosta e mais vem.
F – E eu vou mais além
Gasto sem ter precisão.
Gasto comprando viagra,
Pra aumentar a tesão.
E se morrer minha sogra,
Bebo veneno de cobra,
Me dano a soltar rojão.
Gasto sem ter precisão.
Gasto comprando viagra,
Pra aumentar a tesão.
E se morrer minha sogra,
Bebo veneno de cobra,
Me dano a soltar rojão.
E – Pedi a Deus de Abraão
Uma casa pra morar.
O dinheiro da cerveja,
Um transporte pra andar.
Mas Ele me deu sobrando,
Pra eu ir gerenciando,
Gastando e vendo sobrar.
Uma casa pra morar.
O dinheiro da cerveja,
Um transporte pra andar.
Mas Ele me deu sobrando,
Pra eu ir gerenciando,
Gastando e vendo sobrar.
F – E tudo que me sobrar
Vou investir em jumento.
Comprar rifa de viola,
Sem fazer ajustamento.
Tomar cachaça e zuar,
Pro povo me comparar,
Como era Zeca Bento.
Vou investir em jumento.
Comprar rifa de viola,
Sem fazer ajustamento.
Tomar cachaça e zuar,
Pro povo me comparar,
Como era Zeca Bento.
E- Fui taxado de azarento
Doido, besta e bandoleiro.
De traquino e complicado,
Preguiçoso e trapaceiro.
Mas aqui em Pernambuco,
Eu posso até ser maluco,
Por cachaça e por dinheiro.
Doido, besta e bandoleiro.
De traquino e complicado,
Preguiçoso e trapaceiro.
Mas aqui em Pernambuco,
Eu posso até ser maluco,
Por cachaça e por dinheiro.
F – Eu fui pra outro roteiro
Que deixei a minha terra.
Fui embora pra São Paulo,
Onde o matuto se ferra.
Se ganhei dinheiro lá,
Tive que voltar pra cá,
Pra gastar no pé-de-serra.
Que deixei a minha terra.
Fui embora pra São Paulo,
Onde o matuto se ferra.
Se ganhei dinheiro lá,
Tive que voltar pra cá,
Pra gastar no pé-de-serra.
E – Quem mais acerta é quem erra
Quem erra é quem mais acerta.
Pois o dinheiro não gosta,
De quem diz que se aperta.
Dinheiro quer movimento,
Caminhar e sentir vento,
Qualquer um que fique alerta.
Quem erra é quem mais acerta.
Pois o dinheiro não gosta,
De quem diz que se aperta.
Dinheiro quer movimento,
Caminhar e sentir vento,
Qualquer um que fique alerta.
F – Sendo uma pessoa esperta
Eu sou pra poder viver.
Com salão em Umbuzeiro,
E Zabelê com prazer.
Navalha, tesoura e pente,
Boa conversa e cliente,
Me ajudam sobreviver.
Eu sou pra poder viver.
Com salão em Umbuzeiro,
E Zabelê com prazer.
Navalha, tesoura e pente,
Boa conversa e cliente,
Me ajudam sobreviver.
E – É preciso se mexer
Para se movimentar.
A vida é um vai-e-vem,
No perder e no ganhar.
Hoje perco, amanhã ganho,
Não tem quem meça o tamanho,
Da vontade de acertar.
Para se movimentar.
A vida é um vai-e-vem,
No perder e no ganhar.
Hoje perco, amanhã ganho,
Não tem quem meça o tamanho,
Da vontade de acertar.
F – Por isso não posso errar
Fazendo esses movimentos.
As pernas ficam cansadas,
Os braços ficam mais lentos.
Na memória vejo grilos,
Aí dou tantos cochilos,
Que chega açoitar os ventos.
Fazendo esses movimentos.
As pernas ficam cansadas,
Os braços ficam mais lentos.
Na memória vejo grilos,
Aí dou tantos cochilos,
Que chega açoitar os ventos.
E – Fernando tu tens talentos
Da hereditariedade.
O velho Felix Norberto,
Teve dinheiro a vontade.
Zacarias foi artista,
Tu és dessa química mista,
Com retoques de ruindade.
Da hereditariedade.
O velho Felix Norberto,
Teve dinheiro a vontade.
Zacarias foi artista,
Tu és dessa química mista,
Com retoques de ruindade.
F – Pra minha felicidade
Meu nome é bem diferente.
Tenho sobrenome PRIMO,
Mais dos NEVES sou parente.
De família sou arrimo,
Quem sabe eu não seja primo,
De Tancredo Presidente.
Meu nome é bem diferente.
Tenho sobrenome PRIMO,
Mais dos NEVES sou parente.
De família sou arrimo,
Quem sabe eu não seja primo,
De Tancredo Presidente.
E - Eu não sei se Deus consente
Se consentir facilite.
As minhas premonições,
Para poder dar palpite.
Deixe o homem descansar,
Depois do cabra embarcar,
Dessa terra fica quite.
Se consentir facilite.
As minhas premonições,
Para poder dar palpite.
Deixe o homem descansar,
Depois do cabra embarcar,
Dessa terra fica quite.
F – Eu não pertenço a elite
Mas como Deus quer eu sou.
Ganhando aqui e ali,
Me equilibrando vou.
Dinheiro não se estraga,
Meu bolso ainda tem vaga,
Pra botar o que sobrou.
Mas como Deus quer eu sou.
Ganhando aqui e ali,
Me equilibrando vou.
Dinheiro não se estraga,
Meu bolso ainda tem vaga,
Pra botar o que sobrou.
E – Eu agradecido estou
O dinheiro circulando.
Passando na mão de todos,
Ora saindo, ora entrando.
Com embolso e desembolso,
O que faltar no meu bolso,
Tá no bolso de Fernando.
O dinheiro circulando.
Passando na mão de todos,
Ora saindo, ora entrando.
Com embolso e desembolso,
O que faltar no meu bolso,
Tá no bolso de Fernando.
F – Você esta se enganando
Meu bolso a tempo furou.
Dinheiro que tava nele,
Ate centavos zerou.
É isso mesmo irmão,
Gastei naquela pensão,
Que o juiz me ferrou.
Meu bolso a tempo furou.
Dinheiro que tava nele,
Ate centavos zerou.
É isso mesmo irmão,
Gastei naquela pensão,
Que o juiz me ferrou.
E – Você sofreu mais pagou
Não deve nenhum centavo.
A pagina já ta virada,
Não existe mais agravo.
Nem tudo na vida é fel,
Amor tem gosto de mel,
Mas às vezes da um travo.
Não deve nenhum centavo.
A pagina já ta virada,
Não existe mais agravo.
Nem tudo na vida é fel,
Amor tem gosto de mel,
Mas às vezes da um travo.
F – O mel da vida é um favo
Completos de saburá.
Também tem mel de avelós,
Que faz um arapuá.
E nessa vida sacana,
A gente as vezes se engana,
Em vez de mel bebe chá.
Completos de saburá.
Também tem mel de avelós,
Que faz um arapuá.
E nessa vida sacana,
A gente as vezes se engana,
Em vez de mel bebe chá.
E – Eu peço a meu Orixá
Saúde, paz e prazer.
Ganhar dinheiro e gastar,
Na ânsia de me entreter.
Tô feito cavalo chucro,
Tudo que vier é lucro,
Só tenho a agradecer.
Saúde, paz e prazer.
Ganhar dinheiro e gastar,
Na ânsia de me entreter.
Tô feito cavalo chucro,
Tudo que vier é lucro,
Só tenho a agradecer.
F – Eu não quero nem saber
Ganho e gasto também.
Daqui para o fim do ano,
Quero montar um harém.
Com 600 mulheres,
Se ser meu sócio tu queres,
Traga pra cá umas cem.
Ganho e gasto também.
Daqui para o fim do ano,
Quero montar um harém.
Com 600 mulheres,
Se ser meu sócio tu queres,
Traga pra cá umas cem.
E – Eu não posso ir tão além
Por essa profanação.
Estou feito carro velho,
Pegando no empurrão.
Na força da manivela,
As vezes faço uma trela,
Mas não aguento o rojão.
Por essa profanação.
Estou feito carro velho,
Pegando no empurrão.
Na força da manivela,
As vezes faço uma trela,
Mas não aguento o rojão.
F – Estou achando que não
Você ta que nem foguete.
Se triscar na espoleta,
De fogo ver o linguete.
Não vá pensar que é pulha,
Porque quem não tem agulha,
Fura com um alfinete.
Você ta que nem foguete.
Se triscar na espoleta,
De fogo ver o linguete.
Não vá pensar que é pulha,
Porque quem não tem agulha,
Fura com um alfinete.
E – Vou mudar o tirinete
Desse assunto passageiro.
Até porque tá no fim,
Esse tema aventureiro.
E para evitar tropeço,
Vamos voltar pro começo,
Para falar em dinheiro.
Desse assunto passageiro.
Até porque tá no fim,
Esse tema aventureiro.
E para evitar tropeço,
Vamos voltar pro começo,
Para falar em dinheiro.
F – Dinheiro já foi cruzeiro
URV e cruzado.
Já foi pataca e tostão,
E foi vintém no passado.
Seja BTN ou cota,
Há muito tempo se nota,
Que o real tá empossado.
URV e cruzado.
Já foi pataca e tostão,
E foi vintém no passado.
Seja BTN ou cota,
Há muito tempo se nota,
Que o real tá empossado.
D – Aqui dou por terminado
Senão não teremos fim.
Pego o dinheiro com zelo,
Organizo sem pantim.
Arrumo cara com cara,
Não amasso ele para,
Ele não fugir de mim
FIM
Senão não teremos fim.
Pego o dinheiro com zelo,
Organizo sem pantim.
Arrumo cara com cara,
Não amasso ele para,
Ele não fugir de mim
FIM
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