quinta-feira, 6 de maio de 2021

Butantan envia mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao PNI

O Instituto Butantan envia hoje (6) para o Ministério da Saúde um lote de mais 1 milhão de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Desde o mês de janeiro, o Butantan entregou 42,05 milhões de doses da vacina ao Plano Nacional de Imunização (PNI), responsável pelo planejamento, coordenação e logística de distribuição do imunizante em todo o país.

O Butantan informou que no último dia 19 recebeu nova remessa de 3 mil litros do ingrediente farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima importada necessária para a produção de novas doses da vacina contra o novo coronavírus.

“Os insumos já foram processados, e as doses começam a ser liberadas a partir desta sexta [7] para completar as 46 milhões de doses do primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde”, diz o instituto, responsável pelo envase, a rotulagem, embalagem e inspeção de qualidade do imunizante.

O instituto informou ainda que está negociando com a Sinovac o envio de mais um carregamento com 3 mil litros do IFA. “O Butantan trabalha para entregar mais 54 milhões de doses para a vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades contratadas até agora para a campanha contra a covid-19”.

Agência Brasil

Wi-Fi Brasil leva internet a mais de 13 mil pontos remotos do país

São cerca de oito horas de viagem para chegar à comunidade indígena Guató, localizada no Pantanal sul-mato-grossense. Mas não são oito horas de carro não, são oito horas de barco. E de barco rápido, conta o cacique Osvaldo Correia da Costa: “Para comprar mantimentos, precisamos de um barco maior. Aí são três dias navegando pelo rio.”

O acesso complicado dificulta a chegada de serviços e a comunicação com outras comunidades. A secretaria especial de Saúde Indígena (Sesai) é a responsável pelo atendimento dos indígenas e diz que o contato com o mundo externo antes era feito apenas por meio de um telefone, que ficava na base do Exército na aldeia. Com a chegada da internet, no entanto, a comunicação ficou mais fácil. A Sesai conta hoje com o auxílio do programa Wi-Fi Brasil e consegue entrar em contato com a aldeia até por aplicativo de mensagens.

A chegada da internet pelo Wi-Fi Brasil também impactou a vida na aldeia Porto Lindo, localizada no município de Japorã, em Mato Grosso do Sul. Segundo o líder guarani-kaiowá, cacique Roberto Carlos Martins, os 5,5 mil indígenas passaram a ter melhores oportunidades de trabalho, estudo e pesquisa, além dos aspectos de comunicação. “Rapidamente a gente consegue se comunicar não só com a comunidade mas a comunidade também com o poder público, poder privado. Então a gente tem essa facilidade hoje”.

O cacique, no entanto, alerta que a internet também traz aspectos negativos à aldeia, assim como ocorre em grandes centros urbanos: o tempo excessivo que o indivíduo fica conectado. “Em vez de estar conversando e brincando estão ligados na internet”, comenta.

Pelo Brasil afora

Hoje o programa conta com mais de 13,3 mil pontos de internet em funcionamento, instalados em escolas, unidades de saúde, de segurança e de prestação de serviços públicos em áreas remotas, de fronteira ou de interesse estratégico, além de aldeias indígenas e comunidades quilombolas – todos lugares de difícil acesso.

“Aonde ninguém chega, a gente chega com sinal de internet de qualidade”, diz o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, José Afonso Cosmo Júnior. O número de pessoas atendidas ultrapassa os 8,5 milhões, segundo o governo.

Panorama geral do Wi-fi Brasil.
Arte/Agência Brasil

Pessoas como a dona de casa Maria Aparecida Pereira, moradora do povoado Conceição do Jacinto, que fica no interior de Minas Gerais. “Com a internet eu consigo escutar o choro e a voz do meu neto, acompanhar o engatinhar, os primeiros passos. Vou assistindo ao crescimento dele por videochamada. Se não fosse a internet, não conseguiria.”

E não é só para conversar com a família que a internet serve. Cosmo Júnior conta o exemplo de uma comunidade que, assim que obteve o sinal de internet, foi logo questionar o prefeito sobre uma bomba d’água que teria sido retirada sem qualquer explicação. “No fim das contas, a exclusão digital é também social”, diz.

Wi-fi Brasil, por regiões.
Arte/Agência Brasil

Tecnologia via satélite

O secretário de Telecomunicações lembra que o programa só foi possível depois do lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC): “Não tínhamos, antes, um satélite que cobrisse todo o Brasil com essa capacidade de dados que o SGDC tem.” 

Lançado em 2017, o SGDC está em órbita a 36 mil quilômetros da Terra e possibilitou o estabelecimento de uma política pública de atendimento às regiões mais remotas já que cobre, com o mesmo sinal, o país inteiro.

O programa tem duas modalidades. Na primeira, a internet é instalada em pontos fixos como escolas e unidades de saúde. Na segunda, ela é levada a praças públicas onde podem ser usadas por qualquer pessoa. Atualmente são 21 praças que contam com o sinal do Wi-Fi Brasil, mas outros 2 mil pontos já estão com contratação em andamento, segundo o Ministério das Comunicações.

Brasília - Primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas é lançado ao espaço (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas foi lançado em 2017 Marcello Casal jr/Agência Brasil

Previsão

A expectativa, segundo o secretário de Telecomunicações, é que 500 novos pontos sejam instalados até a primeira quinzena de maio, e mais 4 mil até o fim de 2021. De acordo com Cosmo Júnior, boa parte dos recursos para o programa está vindo de emendas parlamentares.

De 2020 para 2021 o valor das emendas destinadas ao Wi-Fi Brasil passou de cerca de R$ 17 milhões para mais de R$ 100 milhões. “O que mostra que os parlamentares reconhecem o programa como a forma mais rápida de levar internet a essas comunidades”. E completa: “A ideia é acabar com o deserto digital do país. A integração de todas as políticas públicas do ministério tem um objetivo só: conectar todas as pessoas.”

Agência Brasil

Em plena pandemia: MP constata indícios de superfaturamento na locação de carros em Sumé e mais 24 cidades da Paraíba

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) constatou possíveis casos de superfaturamento ocorridos em procedimentos licitatórios ou contratações diretas realizadas em 2020 por 25 municípios paraibanos, referentes ao serviço de locação de caminhonetes.

As estimativas são de que as irregularidades tenham causado um dano ao erário de R$ 567,5 mil (valor atualizado pelo IPCA). Para o MP os fatos são graves porque representam gastos exacerbados não essenciais que foram feitos durante a pandemia provocada pela covid-19.

Os indícios de superfaturamento foram constatados no ano passado nos municípios de Bom Jesus, Emas, Conceição, Cajazeiras, Cacimbas, Aroeiras, Baía da Traição, Cruz do Espírito Santo, Desterro, Cubati, Aroeiras, Frei Martinho, São Vicente do Seridó, Salgado de São Félix, Itaporanga, Nova Olinda, Sumé, Tavares, Pedra Branca, Tenório, Lagoa, Uiraúna, Pitimbu, Vista Serrana e Prata.

Durante a análise, foram identificadas, por exemplo, locações de caminhonetes com empenhos no valor de até R$ 11 mil mensais, bem como locações de veículos semelhantes com empenhos no montante de R$ 5,4 mil por mês – o que demonstraria uma variação de 103% entre o maior e o menor valor contratado.

Atuação preventiva

O coordenador do CAO, o promotor de Justiça Reynaldo Serpa, destacou que para prevenir esses fatos em 2021 foi sugerido aos promotores de Justiça que atuam na defesa do patrimônio público em todo o Estado a instauração de procedimento e a expedição de recomendação às prefeituras municipais para que se abstenham de locar veículos de alto valor (como caminhonetes 4×4).

A exceção vai para casos estritamente necessários e mediante a devida justificativa, quando os gestores deverão observar, na estimativa de preço mensal da contratação (em sendo caminhonetes) o valor médio constante no relatório elaborado pelo MPPB para pessoas físicas (R$ 6.495,12), adotando-se preferencialmente a modalidade pregão eletrônico.

jornaldaparaiba

TRIBUNA PUBLICOU E FILHA ENCONTRA MÃE EM SERTÂNIA

Que bom que temos a força do BEM e que podemos ajudar as pessoas a encontrarem felicidade, que podemos oferecer através do nosso trabalho um pouco de alento em meio a tantas notícias ruins.

A jovem Camila encontrou a mãe, que realmente estava morando em Sertânia e até já entrou em contato com ela e já conversaram e ambas estão super felizes. Camila enviou um áudio onde agradeceu ao Tribuna do Moxotó.

“Quero aqui agradecer ao Tribuna do Moxotó, pois sem essa postagem eu não teria localizado minha mãe. Deus abençoe seu trabalho Esequias Cardoso, que você continue fazendo este belíssimo trabalho ajudando as pessoas. Estou muito feliz. Obrigado mesmo”, disse Camila. (VER MATÉRIA)

Estamos igualmente feliz por ter proporcionado este encontro e por saber que somos realmente, sem modéstia nenhuma, referência da notícia na região. Está aí a prova. Camila havia postado no seu facebook, mas não havia ainda localizado sua mãe e só depois que postamos ela acaba de encontrar, a matéria foi postada ontem, dia 4 e hoje logo cedo a mesma já havia encontrado sua mãe. É a força do Tribuna e queremos, é óbvio, agradecer aos nossos leitores por fazer desse site realmente o ÂNCORA DA NOTÍCIA”. (Tribuna do Moxotó)

Ricardo volta a se dizer traído e ataca João, Cássio, senadores e deputados

O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) concedeu uma entrevista ao radialista Chico Soares, da região de Mamanguape, que transmite seu programa em rádios comunitárias e pela web, conseguindo boa audiência e repercussão.

De acordo com a matéria originalmente postada no blog do Josival Pereira, os pontos a se frisar na entrevista foram os seguintes:

Ricardo não tem a menor complacência com o governador João Azevedo e o atacou sem piedade, a entrevista inteira.

O chamou de traidor ene vezes, disse que não se elegia para síndico, o considerou despreparado e repetiu, sem parar que o atual governador não fez nada pela Paraíba.

Neste ponto, Ricardo aproveitou para exaltar seus feitos e, como sempre, considerando-se o maior feitor da Paraíba de todos os tempos.

Em parte da entrevista, o ex-governador Ricardo Coutinho acusou o ex-aliado de ter entregue documentos ao Ministério Público (Gaeco) com acusações falsas contra ele. Disse, sem explicar do que se tratava, que seus ex-aliados, hoje no governo, não contavam que um determinado “ofício” caísse em suas mãos. Insinuou que haveria um entendimento entre o atual governador e o Gaeco para prejudicá-lo na Operação Calvário.

Noutro trecho da entrevista, Ricardo Coutinho demonstrou que não esqueceu o ex-governador Cássio Cunha Lima. Comparou o governo de João Azevedo com o de Cássio e disse que a Paraíba teria voltado ao tempo do atraso.

Acusou o governador de dividir o Estado em capitanias hereditárias e repartir com os deputados estaduais, praticando a velha política.

Falando sobre a pandemia, Ricardo fez uma associação do governador João Azevedo com o presidente Jair Bolsonaro, insinuando que teria adotado medidas temendo o governo federal, e acusou os senadores de não defenderem a Paraíba.

E, ignorando que se encontra inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo falou em várias oportunidades que se fosse disputar mandatos nas próximas eleições.

Nada de novo, mas, em suma, a entrevista do ex-governador Ricardo Coutinho revela que ele não planeja sair de cena mesmo diante de possíveis condenações judiciais; que pretende, de um jeito ou de outro, participar da próxima campanha eleitoral; que, embora não guardem semelhanças, as decisões que favoreceram Lula vão ser usadas por ele como manto e espelho, e que o governador João Azevedo está eleito como seu inimigo número 1.

Ricardo também parece ter esquecido que foi candidato a prefeito de João Pessoa e ficou em sexto lugar na disputa.

paraibaradioblog

Em caso raríssimo, mulher do Mali dá à luz 9 bebês

Halima Cisse pensava estar grávida de 7, o que por si só já era uma gestação difícil. Por conta de todos os riscos, ela foi transferida do Mali, onde mora, para um hospital do Marrocos – mas o que ela não esperava é que daria à luz 9 bebês, em um caso raríssimo de nônuplos.

Todo o procedimento foi organizado por meio da cooperação internacional entre os dois países. O Ministério da Saúde do Mali confirmou, nesta terça-feira (4), o nascimento dos 9 pequenos – 5 meninas e 4 meninos – e garantiu que todos passam bem.

fb-img-1620152650455 Em caso raríssimo, mulher do Mali dá à luz 9 bebês

3 dos 9 irmãos que nasceram da mesma gravidez — Foto: Ministério da Saúde do Mali

Em nota, o governo do Mali informou que Cisse esteve por duas semanas internada em um hospital local para acompanhamento dos médicos, mas que no fim de março foi transferida para uma maternidade no Marrocos que se encarregou do procedimento de risco.

“Agradecemos o apoio da família Cisse, voluntários e de todo o povo do Mali”, disse a ministra da Saúde, Fanta Siby, em um comunicado. “Damos os parabéns às equipes médicas do Mali e do Marrocos cujo profissionalismo fez com que o resultado desta gravidez fosse tão feliz.”

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Berçário da maternidade com parte dos 9 irmãos do Mali nascidos no Marrocos em foto de 5 de maio de 2021 — Foto: Youssef Boudlal/Reuters

A jovem mãe, de 25 anos, e seus bebês devem voltar para casa apenas em algumas semanas.

A nota do governo do Mali não informou o peso dos bebês ou após quantas semanas de gestação eles nasceram.

Casos anteriores

Há registro de casos anteriores de gestação de nônuplos, mas com problemas de saúde graves. Em 1971, Geraldine Brodrick, de 29 anos, teve 9 bebês num hospital da Austrália – dois deles nasceram já sem vida, e os demais acabaram morrendo no decorrer de uma semana, segundo registro da época do jornal “The New York Times”.

Houve ainda um nascimento de nônuplos em março de 1999, na Malásia, mas nenhum deles sobreviveu.

G1

Facebook mantém banimento de Trump da rede social, mas revisará decisão no futuro

Após conquistar milhões de fiéis seguidores e se tornar um dos políticos mais eficazes no uso de redes sociais, Donald Trump ficou em silêncio – e assim deve continuar, ao menos temporariamente. O comitê de supervisão do Facebook decidiu nesta quarta (5) manter o banimento da conta do ex-presidente americano de suas plataformas, mas recomendou a revisão dessa deliberação nos próximos meses.

Ao anunciar a decisão, o comitê afirmou que o Facebook deve determinar uma “resposta proporcional”, consistente com as regras aplicadas a outros usuários, e que a empresa deve completar a revisão do caso dentro de seis meses. Também criticou a companhia por “impor uma pena indeterminada e por tempo indefinido”. Em resposta, a rede social consentiu com as recomendações.

O primeiro veto veio a Trump em janeiro, depois da invasão do Congresso dos EUA por apoiadores do republicano, quando as principais empresas de tecnologia começaram, uma a uma, a banir ou limitar o uso das redes sociais pelo ex-presidente.

De maneira geral, a justificativa foi a de que, por meio de suas contas, Trump incitava e glorificava a violência, violando as regras de uso das plataformas.

À época, a decisão suscitou um amplo debate sobre liberdade de expressão e censura na internet, e um banimento definitivo por parte do Facebook trará consequências importantes tanto para a política americana quanto para possíveis regulações das mídias sociais. A deliberação também indicará de que maneira a rede social lidará com quebras de regras por outros líderes mundiais.

Em janeiro, pouco depois de anunciar o banimento da conta de Trump por tempo indeterminado, o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu ao conselho de supervisão de conteúdo da empresa para revisar a decisão, cedendo assim o veredito sobre manter ou não a proibição a um painel externo de especialistas.

Zuckerberg criou o comitê independente, formado por acadêmicos, advogados e estudiosos, em 2018. Se por um lado ele foi acusado de lentidão para agir contra a disseminação de notícias falsas, de outro, principalmente por movimentos de extrema direita, foi acusado de censura.

No caso de Trump, o conselho criou um painel de cinco membros do conselho – com ao menos um americano, embora as identidades dos participantes não tenham sido divulgadas – para checar se o veto estava alinhado às regras da rede social e a princípios de direitos humanos e liberdade de expressão. A decisão final, porém, tem de ser aprovada pela diretoria da empresa, composta por 30 pessoas.

Antes de ser suspenso, o ex-presidente tinha cerca de 88 milhões de seguidores no Twitter e 35 milhões no Facebook. As redes sociais não eram só a sua principal forma de comunicação com apoiadores, mas também a plataforma pela qual anunciava decisões importantes de seu governo.

O republicano chegou a bloquear usuários que o criticavam no Twitter, num caso que foi parar na Justiça. Em 2019, um tribunal decidiu que, como Trump utilizava a rede social para tratar de assuntos do governo, ele não podia impedir americanos de lerem suas publicações – nem de participar de debates nos posts.

Em 2020, Facebook e Twitter passaram a incluir advertências em algumas das publicações do ex-presidente, de afirmações falsas de que cédulas de votação enviadas por correio resultariam em eleições fraudadas a ofensas a manifestantes do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam).

As ações mais assertivas, porém, vieram após o ataque ao Congresso. Dois dias depois da invasão, o Twitter baniu de modo permanente a conta de Trump na rede social – quem acessar a página do ex-presidente não encontrará nem mesmo sua foto de perfil. Hoje, a conta sequer aparece nas buscas.

Na sequência do bloqueio, Trump tentou publicar na conta @POTUS (sigla para presidente dos EUA, em inglês), mas a rede social apagou os posts. Nas mensagens, afirmava que o Twitter se esforça para banir a liberdade de expressão e criticou a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, que oferece às plataformas imunidade sobre o conteúdo compartilhado por usuários e as protege de processos.

Em um movimento similar, o YouTube anunciou o banimento do canal de Trump cerca de uma semana após o ataque à sede do Legislativo americano. Em março, a Alphabet, dona do Google e da plataforma de vídeos, disse que o canal do republicano só voltará ao ar quando a empresa determinar que o risco de violência “no mundo real” diminuiu. Da mesma forma, a rede social de streaming de games Twitch, adquirida pela Amazon em 2014, também anunciou o banimento da conta do ex-presidente por tempo indeterminado. O Snapchat, por sua vez, bloqueou o republicano de modo permanente.

Em outro movimento para tentar diminuir o alcance de discursos conspiratórios, que também impulsionaram a invasão do Congresso, Google, Amazon e Apple anunciaram que o aplicativo da rede social Parler seria suspenso de suas lojas virtuais – a plataforma, menos restritiva, tem sido um porto seguro para extremistas após o Facebook bloquear grupos ligados a teorias da conspiração.

Em 15 de fevereiro, no entanto, o Parler voltou ao ar e, em nota, afirmou que a nova plataforma usa “tecnologia independente e sustentável”, de modo a não mais depender dos servidores de gigantes da tecnologia. Segundo o jornal The New York Times, o Parler se tornou um dos aplicativos de crescimento mais rápido depois de as plataformas começarem a marcar os posts do ex-presidente.

ClickPB

Diesel começa a chegar mais caro aos postos com fim da isenção de PIS/Cofins

 Com o fim da isenção de impostos federais, os postos brasileiros já começam a receber óleo diesel mais caro, em um movimento que pode levar a preços recordes nas próximas semanas. Principais afetados, os caminhoneiros ainda cobram do governo a extensão do benefício.

A isenção teve início em março, com o objetivo de conter insatisfação do setor de transporte após a escalada de preços dos combustíveis do primeiro trimestre. O benefício acabou sendo engolido por outros componentes do preço final.

Na semana passada, lideranças dos caminhoneiros pediram a prorrogação da isenção, mas até esta quarta (5) não ouviram notícias do governo. A parcela do PIS/Cofins sobre o diesel é de R$ 0,35 por litro, mas seu impacto no preço final gira em torno de R$ 0,30, já que a mistura vendida nos postos leva também biodiesel.

O presidente da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes), Paulo Miranda, confirma que o produto já está chegando aos postos com PIS/Cofins. Em Minas Gerais, diz, o preço pago pelos revendedores superou os R$ 4 por litro pela primeira vez.

Na semana passada, a última de isenção, o preço médio do diesel no país era de R$ 4,196 por litro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Com o repasse de R$ 0,30, portanto, o valor pode chegar a R$ 4,50, uma alta de 7% em apenas uma semana.

Seria o maior valor histórico para o combustível, considerando inclusive as duas semanas de greve dos caminhoneiros em 2018, quando a falta de combustíveis nos postos levou os preços às alturas. E especialistas ainda veem novos fatores de pressão para as próximas semanas.

Embora a Petrobras tenha reduzido na semana passada o preço do combustível em suas refinarias, esta semana se iniciou com elevação nas cotações internacionais. No Golfo do México, região usada como referência pela estatal, o diesel teve na semana leve alta, a primeira após cinco semanas de queda.

No Brasil, com a elevação do preço das bombas pela volta do imposto federal, a tendência é que a parcela referente ao ICMS também aumente, já que o imposto estadual é calculado sobre preços médios pesquisados pelos estados, conhecidos como PMPF.

O preço é definido a cada 15 dias e, sobre ele, são aplicadas alíquotas que variam de um estado para outro. Nas primeiras semanas após a isenção federal, a maior parte dos estados elevou os PMPFs, seguindo a alta nas bombas, contribuindo para que o benefício não fosse sentido pelo consumidor.

O coordenador técnico do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), William Nozaki, diz que, além do ICMS, elevações de preços nas refinarias e maiores margens na cadeia de distribuição e revenda ajudaram a engolir o desconto dos impostos federais.

“Considerando o preço médio da revenda na última semana de abril em relação a última semana de fevereiro, houve aumento na realização da Petrobras de 4,8% (ou R$ 0,13), no ICMS em 13,01% (R$ 0,07), no biodiesel em 12,5 % (R$ 0,07) e nas margens da distribuição e da revenda em 51 % (R$ 0,07)”, diz o Ineep.

No período de isenção, o preço médio nos postos saiu de R$ 4,184 para R$ 4,196. “A expectativa de redução dos preços com a medida não ocorreu”, afirmou Nozaki.

Para os pesquisadores do Ineep, o cenário reforça a necessidade de “um olhar mais amplo sobre o processo, que não coloque apenas os tributos como vilões do preço”. “Sem a estruturação de uma política coordenada entre os vários atores que compõem a cadeia do diesel, será difícil alcançar algum êxito na redução dos preços do diesel ao consumidor final.”

Presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), o caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, diz que a categoria ainda espera notícias sobre a prorrogação. “Estamos lutando para que a categoria tenha esse benefício”, afirma.

Os dois primeiros meses de isenção foram compensados com elevação de impostos sobre clientes de bancos. Chorão propõe que, para manter o benefício, o governo aumente a taxação de produtores de bebidas na Zona Franca de Manaus.

Para tentar acalmar a categoria, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, promoveu há duas semanas encontro entre as lideranças dos motoristas e representantes da Faria Lima.

ClickPB

Sob pressão da CPI da Covid, Bolsonaro ameaça Supremo e ataca China

Sob pressão de depoimentos de dois ex-ministros da Saúde na CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro disparou nesta quarta-feira (5) ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal) e realizou novos ataques à China, ao sugerir que o coronavírus poderia ter sido criado em laboratório pelos asiáticos.

O presidente fez as declarações em evento promovido pelo ministério das Comunicações, no Palácio do Planalto, no dia em que senadores ouviram o ex-ministro Nelson Teich (Saúde) na CPI.

“Nas ruas já se começa a pedir que o governo baixe um decreto. Se eu baixar um decreto, vai ser cumprido, não será contestado por nenhum tribunal”, declarou Bolsonaro, renovando as ameaças de publicar uma norma para impedir que gestores locais fechem o comércio ou limitem a atividade econômica durante a crise sanitária.

“O que está em jogo e alguns [governadores e prefeitos] ainda ousam por decretos subalternos nos oprimir? O que nós queremos do artigo 5º [da Constituição] de mais importante? Queremos a liberdade de cultos, queremos a liberdade para poder trabalhar, queremos o nosso direito de ir e vir, ninguém pode contestar isso”, declarou o presidente.

Em outro trecho do discurso, ainda em um recado ao STF, Bolsonaro emendou: “Não ouse contestar [o decreto], quem quer que seja. Sei que o Legislativo não contestará”.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar da insistência nesses pontos de retórica, não houve alteração no cenário das leis e da pandemia que permitam a Bolsonaro dar “canetadas” sem aprovação do Congresso ou barrar a autonomia de governadores e prefeitos na condução do combate à Covid que inclusive já foi reconhecida pelo Supremo.

No entanto, eles veem com preocupação o uso frequente desses termos como se fossem equivalentes ao toque de recolher.

Na avaliação de alguns deles, ao banalizar as figuras do estado de sítio e do estado de defesa, apontando que os governadores estariam lançando mão delas, Bolsonaro estaria buscando preparar terreno para legitimar a tomada desse tipo de medida no futuro.

O governo Bolsonaro está acuado pela CPI que investiga as ações do governo federal na pandemia e que é controlada por parlamentares críticos ao presidente.

Nesta quarta, Teich criticou a prescrição de hidroxicloroquina a doentes da Covid e disse que deixou o ministério em 2020 por falta de autonomia e por divergir com Bolsonaro sobre o uso da substância — o mandatário é um entusiasta do medicamento e de outras drogas sem eficácia para o vírus.

Um dia antes, o também ex-titular da Saúde Luiz Henrique Mandetta apontou à CPI que Bolsonaro contrariou orientações do Ministério da Saúde baseadas na ciência para o combate à pandemia.

Os depoimentos de Teich e Mandetta, porém, não levaram o presidente a moderar seu discurso. Pelo contrário, em seu pronunciamento no Planalto nesta quarta, ele chamou de “canalhas” aqueles que são contrários ao chamado tratamento precoce, que é baseado no uso da hidroxicloroquina.

“Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa, esse é um canalha”, afirmou o presidente.

Há meses Bolsonaro se mantém em conflito com o Supremo em relação às medidas tomadas em meio à pandemia. Desde o início da crise, o STF tem imposto derrotas ao presidente, que, em declarações, testa os limites da corte.

Um dos casos recentes ocorreu em abril passado quando o ministro Luís Roberto Barroso mandou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instalar a CPI. A decisão foi uma derrota para a base aliada de Bolsonaro no Congresso, que vinha tentando barrar a comissão para investigar a condução da pandemia.

Em meio às derrotas, Bolsonaro repete a ameaça de “baixar um decreto” para que a população volte ao trabalho. Recentemente, ele disse que poderia determinar ao Exército que fosse às ruas para garantir o funcionamento de atividades econômicas, mesmo contra normas estaduais e locais.

Ele também já criou a campanha “O Brasil não pode parar”, que foi proibida pelo STF por colocar a população em risco.

O presidente tentou ainda blindar dados da pandemia, mas o Supremo derrubou a medida provisória editada por ele, que restringia a Lei de Acesso à Informação (LAI). Ao mudar a forma de divulgar os números de mortes e de contaminados, o STF foi acionado novamente.

Recentemente, a corte trouxe novas imposições ao governo, e obrigou o Executivo a adotar uma série de medidas para conter o avanço do novo coronavírus em aldeias indígenas. O STF ainda derrubou uma série de vetos de Bolsonaro ao projeto de lei aprovado pelo Congresso que torna obrigatório o uso de máscaras em locais públicos.

No discurso desta quarta, Bolsonaro defendeu um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), citado na véspera por Mandetta como participante de reuniões no Planalto sobre a pandemia.

“São pessoas perseguidas o tempo todo como se tivessem inventado um gabinete do ódio. Não têm do que nos acusar, é o gabinete da liberdade, da seriedade”, disse, mencionando também seu assessor especial Tércio Arnaud, que também atua na estratégia do presidente nas redes sociais.

Nesta quarta, Bolsonaro também investiu contra a China e reeditou ataques contra o maior parceiro comercial do país e um dos principais fornecedores de insumos para imunizantes.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano [que] ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?”, disse o presidente. “Qual o país que mais cresceu seu PIB [Produto Interno Bruto]? Não vou dizer para vocês.”

A China cresceu 2,3% em 2020, uma das poucas nações a registrar avanço econômico em meio à crise causada pela Covid.

Bolsonaro, ao sugerir que Pequim pode ter fabricado o coronavírus em laboratório, retoma uma retórica anti-China que foi constante em 2020 e que imita em grande parte falas de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.

Foi com esse tipo de discurso — também adotado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com apoio do ex-chanceler Ernesto Araújo — que o Brasil atingiu o ponto mais baixo da relação com os chineses no ano passado.

Num bate-boca nas redes sociais entre Eduardo e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, por exemplo, Ernesto saiu em defesa do filho do presidente.

O então chanceler chegou a enviar a Pequim um pedido para que o diplomata chinês fosse retirado do Brasil -acabou ignorado. Desde então, interrompeu qualquer interlocução com a missão chinesa em Brasília.

As dificuldades de interlocução com os chineses e a pressão do Congresso culminaram com a saída de Ernesto do governo e sua substituição por Carlos França. Num sinal do prestígio que o ex-chanceler ainda tem junto a Bolsonaro, o presidente elogiou Ernesto em seu discurso nesta quarta.

Os chineses costumam a reagir duramente às acusações de que fabricaram o vírus. Procurada, a Embaixada da China em Brasília ainda não se manifestou.

A hipótese de que a China poderia ter produzido o vírus artificialmente não encontra respaldo numa apuração conduzida pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Ben Embarek, que lidera uma equipe de investigação da organização sobre as origens do coronavírus, já afirmou que a hipótese de que o vírus “vazou” de um laboratório é “extremamente improvável”.

ClickPB

Foguete chinês cairá na Terra no próximo sábado em local ‘desconhecido’

Um foguete usado pela China para lançar em órbita o módulo principal da primeira estação espacial permanente do país deve voltar à Terra no próximo sábado, 8, em um local desconhecido. A informação é de um comunicado do porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Mike Howard.

A agência espacial da China ainda não disse se a parte central do enorme foguete Long March 5B está sob controle ou fará uma descida descontrolada. Detalhes básicos sobre o foguete e sua trajetória são desconhecidos porque o governo chinês ainda não comentou publicamente sobre a reentrada.

O comando espacial americano está rastreando a trajetória do foguete. O 18º Esquadrão de Controle Espacial dos EUA fornecerá atualizações diárias sobre sua localização por meio do site Space Track.

A maior parte dos detritos espaciais são queimados na atmosfera. No entando, o tamanho do foguete, de 22 toneladas, aumentou a preocupação de que alguns de seus pedaços maiores podem retornar à atmosfera e causar danos se atingirem áreas habitadas.

Jonathan McDowell, especialista do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard, esclareceu ao canal CNN que a situação “não é o fim dos dias”. “Não acho que as pessoas devam tomar precauções. O risco de alguém bater ou se machucar é muito pequeno. Não é desprezível, pode acontecer, mas o risco de bater em você é incrivelmente pequeno”, disse à emissora.

McDowell explica que apontar para onde os destroços podem se dirigir é quase impossível neste ponto devido à velocidade com que o foguete está viajando.

Ainda assim, ele falou que o oceano continua a ser a aposta mais segura sobre onde os destroços irão pousar porque ocupa a maior parte da superfície da Terra.

“Se você quer apostar onde algo vai pousar na Terra, aposte no Pacífico, porque o Pacífico é a maior parte da Terra. É simples assim”, disse McDowell.

A organização sem fins lucrativos Aerospace Corp. acredita que os destroços vão atingir o Pacífico perto do Equador depois de passar por cidades do leste dos EUA. Sua órbita cobre uma faixa do planeta que vai da Nova Zelândia à Terra Nova (Canadá).

O foguete Long March 5B carregou o módulo principal de Tianhe, ou Harmonia Celestial, em órbita desde 29 de abril. A China planeja mais 10 lançamentos para transportar partes adicionais da estação espacial.

Destroços descontrolados

Um foguete chinês de 18 toneladas que caiu em maio do ano passado foi o entulho mais pesado a cair sem controle na Terra desde a antiga estação espacial soviética Salyut 7 em 1991.

A primeira estação espacial da China, Tiangong-1, caiu no Oceano Pacífico em 2016 depois que Pequim confirmou que havia perdido o controle dela. Em 2019, a agência espacial controlou a demolição de sua segunda estação, Tiangong-2, na atmosfera.

Em março, destroços de um foguete Falcon 9 lançado pela empresa de aeronáutica norte-americana SpaceX caíram na Terra em Washington e na costa do Oregon./AP E EFE

quarta-feira, 5 de maio de 2021

EUA anunciam envio de US$ 20 mi em medicamentos ao Brasil

Pressionados a ajudar outros países no combate da crise sanitária, os Estados Unidos disseram nesta terça-feira (4) que parte desse apoio pode vir para o Brasil — que ultrapassou os 408 mil mortos devido à Covid-19 e acaba de enfrentar os dois meses mais letais da pandemia.

A Casa Branca anunciou que está trabalhando para enviar US$ 20 milhões (R$ 180 milhões) em medicamentos usados para intubar pacientes com Covid-19.

Segundo a porta-voz Jen Psaki, os itens sairão do estoque estratégico do governo americano e serão entregues em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde.
Ela não informou mais detalhes de quando o envio deve acontecer e disse que o assunto não foi finalizado, mas que é um “esforço em andamento”. O apoio é para “compensar os surtos de abastecimento globais” e permitir que o Brasil receba medicamentos suficientes para as suas necessidades imediatas, disse Psaki.

O anúncio ocorre uma semana após o governo de Joe Biden confirmar o envio de insumos para a produção de vacinas, testes, medicamentos, respiradores mecânicos e equipamentos de proteção individual à Índia.

O país asiático tornou-se o terceiro país no ranking mundial de óbitos — atrás apenas do Brasil e dos EUA — e vive colapso em seus sistema de saúde, com falta de leitos e oxigênio, e fila para cremar seus mortos. A Índia soma mais de 222 mil mortes, segundo dados oficiais, o que muitos consideram altamente subestimados.

Com uma população de 1,3 bilhão, a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a China, e o surgimento de uma nova variante, a B.1.617, hoje dominante entre os casos no país, o descontrole da pandemia causa preocupação.

A nova linhagem está sendo investigada para descobrir se é mais perigosa do que a forma original do vírus, mas sua rápida disseminação por toda a Índia e por outros 16 países já preocupa.

Do ponto de vista político, porém, a Índia faz parte do Quad — abreviação para Diálogo de Segurança Quadrilateral — uma parceria com Japão, Austrália e Estados Unidos para combater a expansão da China, que também fechou acordos para ajudar outras nações com envio de vacinas e mantimentos, como parte da corrida da geopolítica da pandemia.

Mais tarde nesta terça, o presidente americano indicou, durante uma entrevista coletiva, que o Brasil pode estar entre os países que irão receber imunizantes que estão sobrando nos EUA — o país anunciou na semana passada que liberaria até 60 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

O imunizante, fabricado em parceria com a Universidade de Oxford, ainda não foi aprovado nos EUA. Até o momento, o país está vacinando sua população com produtos de três fabricantes -Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson.

Quando fez o anúncio, a administração democrata não informou quais países estariam listados para receber as doses, mas ao ser questionado por uma jornalista da GloboNews nesta terça sobre o critério para a distribuição e se Brasil e Índia estariam nesta lista, o presidente abriu a possibilidade de entregar imunizantes ao governo brasileiro.

“Com relação à vacina da Astrazeneca que temos, enviamos ao Canadá e México e estamos falando com outros países. Aliás, falei com um chefe de Estado hoje. Não estou pronto para anunciar para quem mais iremos enviar a vacina também, mas vamos ter enviado 10% do que temos até 4 de julho para outras nações, incluindo algumas das que você mencionou”, disse Biden.

O governo brasileiro tem sido criticado por não conseguir acelerar a vacinação, entre outros motivos devido ao atraso nas entregas de doses prontas e de insumos para fabricação no país.

O Brasil chegou a fazer consultas no passado sobre a possibilidade de receber o excedente da AstraZeneca nos EUA, mas a resposta foi que o governo americano priorizaria a imunização da sua própria população.

O envio de cerca de 4 milhões de unidades do imunizante da AstraZeneca para o Canadá e para o México — 1,5 milhão e 2,5 milhões de doses para cada, respectivamente — foi anunciado em março.

Em relação ao governo mexicano, o envio das vacinas foi visto como uma forma de afago para que o país endureça os controles na fronteira com os EUA, que vive uma grave crise migratória e o maior fluxo de imigrantes vindos do território mexicano em 20 anos.

O imunizante da AstraZeneca teve sua segurança questionada depois do registro de raros casos de coágulos na Europa. Países europeus chegaram a suspender ou restringir o uso. A agência reguladora da União Europeia (EMA), no entanto, concluiu que os benefícios da vacina superam seus riscos potenciais e recomendou que governos do bloco mantivessem as aplicações, adicionando um aviso à bula do produto.

FOLHAPRESS