terça-feira, 18 de maio de 2021

Presidente da Câmara é detido após promover festa com aglomeração e desacatar policiais na Paraíba

O presidente da Câmara do município de Cacimbas, José Arruda Cruz foi detido no último domingo (16), após promover uma festa com aglomeração,  no município paraibano. De acordo com informações, no local vereador se apresentou como responsável pelo evento.

Os policiais solicitaram que ele encerrasse a festa, devido a aglomeração e o descumprimento das medidas sanitárias como a falta de uso de máscaras e sem distanciamento social. Ainda de acordo com os policiais. O vereador não cumpriu a ordem e disse que as pessoas permanecessem no local. Além disso, ele usou da força para repreender os policiais.

Ainda segundo a PM, José Arruda Cruz disse que estava comemorando o seu aniversário e avisou que iria fechar as portas da garagem, ligar o som do carro, e ficar dentro da residência dando continuidade ao evento com todas as pessoas reunidas. No entanto, a polícia informou que ele seria conduzido à delegacia, mas o vereador se voltou contra a equipe policial e foi preciso fazer o uso da força para tentar contê-lo.

O vereador, segundo a PM, tentou sacar a pistola de um policial, mas não conseguiu devido à trava de segurança, porém danificou o porta-algemas da capa de colete do policial. A situação se agravou e os policiais usaram balas de borracha. Mesmo assim, as pessoas não desistiram de tentar livrar o vereador das mãos dos policiais que ainda estavam tentando contê-lo.

Durante o tumulto, o vereador conseguiu fechar os portões da garagem e os policiais recuaram.

Quando tentou ir até a delegacia, segundo a PM, o vereador acabou perseguido e preso em flagrante, junto com outro homem que estava na festa.

O vereador e o outro homem foram conduzidos à delegacia de Policia Civil da cidade de Teixeira.

Click PB

João Azevêdo anuncia licitação de 24 projetos de abastecimento d’água e duas cidades do Cariri serão contempladas

O governador João Azevêdo anunciou, nesta segunda-feira (17), durante o programa Conversa com o Governador, transmitido em cadeia estadual pela Rádio Tabajara, que o Projeto Cooperar, por meio do PB Rural Sustentável, vai licitar 24 projetos de abastecimento d’água singelo no valor de R$ 1,8 milhão. A ação irá beneficiar comunidades rurais dos municípios de Itaporanga, Água Branca, Taperoá, Areia, Areial, Casserengue, Cuité, Solânea, Bonito de Santa Fé, Santa Cruz, Uiraúna, São João do Tigre, Sapé, Santa Inês, Conceição e Manaíra.

Na oportunidade, o governador ressaltou que a questão da segurança hídrica é fundamental para a Paraíba. “É preciso atuar tanto na área urbana quanto rural. Estamos com o projeto Cooperar levando segurança hídrica para a área rural. São inúmeras as ações, que vão desde cisternas, construção de barragens subterrâneas, sistemas simplificados de abastecimento d’água. Tudo isso, para que a gente possa fazer com que a população rural tenha segurança hídrica. Da mesma forma, estamos atuando na segurança hídrica das cidades com a construção de grandes adutoras. Esse é um objetivo a ser atingido pelo Governo: levar segurança hídrica a todos os municípios da Paraíba”, falou.

João Azevêdo ainda acrescentou que o Governo vai licitar uma grande adutora com 348 km de extensão que vai beneficiar todas as sedes de municípios do Cariri. “Isso trará uma solução definitiva, considerando que a segurança hídrica de lá está amarrada às águas da transposição. Da mesma forma, queremos levar para o maior número possível de cidades, na sua zona rural, segurança hídrica e isso se faz com ações como esta do Cooperar, como as feitas pela Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos e outras”, observou.

O coordenador do Cooperar, Omar Gama, participou do programa Conversa com o Governador e explicou como se deu a escolha dos locais contemplados com as ações do PB Rural Sustentável: “Esses municípios, através de suas associações comunitárias, responderam ao chamamento público feito pelo Cooperar. Após isto, os técnicos do projeto, em parceria com a Empaer, visitaram as comunidades contempladas para assegurar a viabilidade da implantação dos abastecimentos d’água singelos”, disse.

Omar Gama também ressaltou que, além dessa nova licitação, o Cooperar já iniciou a implantação de 1.500 cisternas com capacidade de 16 mil litros para consumo humano. “Ao todo, foram 39 municípios beneficiados, 224 comunidades atendidas e 1.500 famílias contempladas. O investimento nessa ação foi de R$ 12 milhões”, afirmou. (Cariri em Ação)

Assustada, população de Serra Branca questiona alto número de mortes no município; cidade supera média de toda região

O município de Serra Branca confirmou nesta segunda-feira (17) mais três óbitos por Covid-19. Segundo a Secretaria de Saúde, vieram a óbito Samira Suellen Rodrigues, Joanne Rodrigues Alves (Xuxa) e Rosângela Aparecida Mandelle, totalizando agora 28 óbitos no município desde o início da pandemia.

O número de mortes em Serra Branca choca populares e até profissionais de saúde pública, pois a taxa de mortalidade pela doença no município é maior que a média nacional e de todos os demais municípios do mesmo porte da região do Cariri.

O levantamento realizado demonstra que enquanto Serra Branca tem 28 óbitos a cada 1000 pessoas infectadas, Monteiro, maior cidade do Cariri, tem apenas 13; Sumé 18 e Taperoá 14. Em Juazeirinho, a cidade ainda não atingiu 1000 pessoas infectadas, segundo o último boletim, mas só registrou 10 mortos até o momento. Todas as cidades comparadas tem maior população que Serra Branca e não atingiu o mesmo grau de letalidade pela doença.

QUESTIONAMENTOS

Alguns questionamentos são feitos no atual momento da pandemia no município: onde está a falha para que Serra Branca atinja tão altos índices de mortalidade? Por que o município está em situação mais vulnerável em relação a letalidade da Covid-19, se os hábitos da população em geral são os mesmos em todas as cidades? O que a gestão de saúde municipal está fazendo para evitar o aumento de casos? Quais estratégias serão empregadas para frear o avanço da doença no município?

Paraíba Mix

Dupla armada realiza assalto e rouba moto de agricultor na zona rural de Monteiro

Um agricultor teve sua motocicleta tomada de assalto na noite de segunda-feira (17), no Sítio Garapa, zona rural do município de Monteiro.

De acordo com informações, a vítima retornava para sua residência, quando foi surpreendido por dois elementos armados em outra moto na porta de sua residência. Os criminosos anunciaram o assalto e se evadiram levando sua motocicleta Honda Bros de placa OYQ-5052, cor vermelha ano 2014.

A Polícia foi acionada e realizou diligências com a finalidade de localizar os criminosos, mas até o fechamento desta matéria ninguém havia sido preso. (Cariri em Ação)

Após perseguição policial, viatura da Polícia Militar capota e cai em rio na Paraíba

Após perseguição policial, uma viatura da Polícia Militar capotou e caiu em um rio, na noite desta segunda-feira, em Santa Rita, na Grande João Pessoa. O acidente aconteceu após os  policiais, abordarem um suspeito em um motocicleta.

A perseguição foi iniciada e  o motociclista caiu do veículo e, ao desviarem, os policiais capotaram a viatura e caíram em um rio.

A droga encontrada com o suspeito foi encaminhada para a 6ª Delegacia Distrital.

O Samu foi acionado e os integrantes da corporação e suspeito do crime foram socorridos para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. O estado de saúde não foi divulgado.

ClickPB

Prefeitura de São Sebastião do Umbuzeiro realiza ações referentes ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Na manhã desta segunda-feira (17/05), a prefeitura de São Sebastião do Umbuzeiro através da Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Conselho Tutelar e equipe do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV realizaram atividades da Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-juvenil.

A data é celebrada no dia 18 de maio, conforme Lei Federal nº 9970/00.A ação foi realizada nesta segunda-feira, por ser o dia da feira e com objetivo de conscientizar sobre a causa também aos moradores da zona rural que vem fazer suas feiras, além da população local.

A equipe do Serviço de Convivência busca fomentar várias temáticas voltadas aos vínculos familiares, dentre outras, as referentes ao combate do abuso e exploração sexual infantil, esclarecendo e sensibilizando os pais/responsáveis, crianças e adolescentes com pontos de atenção, proteção e prevenção neste momento de isolamento social. COBERTURA: BLOG DO DIDI

Mercadinho é alvo de bandidos armados em Monteiro. Proprietária ficou com arma na cabeça

Um mercadinho localizado no bairro do Alto do Cemitério, no município de Monteiro, próximo ao antigo (Biju Atacado), foi alvo de bandidos no início da tarde de segunda-feira (17).De acordo com informações, dois bandidos em uma moto, um deles armado, chegaram ao estabelecimento e renderam a proprietária, colocaram a arma na cabeça da vítima, em seguida fugiram levando o dinheiro que estava no caixa.

Ninguém se feriu. Durante a ação foi levado aproximadamente R$ 1.500 (mil e quinhentos reais) em dinheiro.A Polícia Civil investiga o caso, porém até o momento ninguém foi preso.

OPIPOCO

“Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa”, diz Bolsonaro sobre pandemia

Em mais uma crítica a políticas de distanciamento social, uma das principais recomendações no combate à pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que “tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa”. o início da pandemia Bolsonaro se opôs a políticas que visam reduzir a circulação de pessoas, para diminuir o impacto do novo coronavírus.

A Covid-19 já matou 435 mil pessoas no Brasil.Informações e notícias para o site Fato a Fato, enviar no email do editor jornalistaasantos711@gmail.comA declaração foi feita em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, quando Bolsonaro comentava uma manifestação em defesa do seu governo realizada no sábado, organizada principalmente por ruralistas.

De acordo com ele, se os trabalhadores rurais tivessem “ficado em casa”, o resto da população teria morrido de fome. Entretanto, a maioria dos especialistas e das autoridades sempre defendeu a continuidade de atividades essenciais, entre elas a agricultura.— O agro, realmente, não parou. Tem uns idiotas aí, o “fique em casa”. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esse cara tinha morrido de fome, esse idiota tinha morrido de fome. Daí, ficam reclamando de tudo. Quem tem salário fixo ou uma gorda aposentadoria, pode ficar em casa a vida toda, sem problema nenhum — disse o presidente.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro se opôs às principais recomendações dos especialistas para combater a doença, como usar máscaras e não participar de aglomerações. O presidente também critica frequentemente medidas tomadas por governadores e prefeitos para reduzir a circulação de pessoas, mesmo nos piores momentos da pandemia.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro também voltou a criticar um projeto de lei em discussão na Câmara que pode liberar o cultivo de maconha no Brasil para fins medicinais. O presidente fez, em tom irônico, uma comparação com a cloroquina — remédio que ele defendeu que seja utilizado contra a Covid-19, mas que é considerado ineficaz contra a doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).— Se chegar para mim, eu veto. Engraçado. Maconha, pode. Cloroquina não pode.

A esquerda sempre pega uma oportunidade para querer liberar as drogas. Maconha e cocaína faz bem, sem problema.

Mulher Maranhense que AMEAÇ0U Bolsonaro, agora CHORA e pede PERDÃO.

Polícia recupera em Petrolina caminhão de Monteirense que havia sido roubado em Juazeiro

A Polícia recuperou em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, um caminhão de um Monteirense que havia sido roubado há pouco mais de 10 dias, no município de Juazeiro/BA

O veículo foi encontrado um galpão com outros veículos roubados, em seguida a polícia entrou em contato com o proprietário para informar que o veículo havia sido localizado.

OPIPOCO

Policiais combatem exploração sexual de crianças em vários estados

Policiais de vários estados cumprem hoje (18) mandados contra suspeitos de compartilhar fotos e vídeos contendo imagens de sexo com crianças e adolescentes. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, as investigações identificaram diversos grupos que trocavam os arquivos pela internet.

No estado do Rio, os agentes cumprem mandados na cidade do Rio de Janeiro e em municípios de Macaé e Campos (no norte do estado), Niterói e Duque de Caxias (no Grande Rio). A operação Lótus está sendo coordenada no Rio de Janeiro pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).

Agência Brasil

Abuso sexual infantil: como identificar, prevenir e combater

Há exatos 48 anos, a pequena Araceli desapareceu em Vitória, no Espírito Santo. Só foi encontrada seis dias depois. Espancada, estuprada, drogada e morta. Seu corpo foi desfigurado com ácido. Os suspeitos foram absolvidos e o crime, arquivado. A data do assassinato ficou marcada e, no ano 2000, foi instituído o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, lembrado hoje (18).

O assassinato brutal de Araceli é apenas a faceta de um crime que acontece diariamente dentro dos lares. Nem todos terão esses requintes de crueldade e nem todos serão cometidos por psicopatas ou pessoas fora da lei. A maioria deles vai ocorrer com quem já tem a confiança da criança. “Infelizmente o pedófilo, o abusador, ele está dentro de casa ou frequenta a casa ou faz parte do núcleo familiar em que aquele menor convive”, afirma Raquel de Andrade, presidente do Instituto Infância Protegida, organização não governamental (ONG) do Espírito Santo que dá amparo jurídico e psicológico a crianças, adolescentes e adultos vítimas de violência sexual.

Foi exatamente o que aconteceu com M.C, hoje com 31 anos. “Não sei ao certo em qual idade começaram os abusos, tenho alguns flashes de cenas aos oito ou nove anos. Um amigo do meu pai, devia ter seus 60 anos, alcoólatra e fumante (digo isso porque o cheiro dele não esqueço) me pegava em um canto, em churrascos nos finais de semana, onde todos os adultos estavam, sem condições de zelar pelo bem-estar das crianças. Fazia isso comigo e com a minha irmã ao mesmo tempo”, lembra. Infelizmente, esse não foi o único episódio de abuso pelo qual ela passou: “Pouco tempo depois, um professor particular me dava aulas de violão em casa. Eu com 11, ele com 35. Ele me disse, depois de uma aula, que eu era muito bonita, que tinha um estilo legal e me pediu um beijo”, relata.

Os abusos deixaram marcas. “Aos 11, eu me cortava e pensava bastante em suicídio”. Mesmo assim, seu pai não acreditou. Obrigou M.C. a conviver com o amigo abusador até que ele morresse. “Me levou ao velório, inclusive”.

Aos 13, mais uma vez, M.C. foi vítima de quem mais confiava. Dessa vez, uma amiga, com 25 anos, que a convidou para passar a semana em sua cidade. “Quando cheguei, ela me mostrou vídeos pornôs e prostitutas na rua, me explicou o que era sexo porque eu ainda não sabia bem. Me oferecia bebidas e drogas, fazia com que eu me sentisse descolada e importante. Tive relações com o seu irmão, foi a minha primeira vez. Chorei assim que acabou.”, lembra. Depois disso, a amiga a convenceu a manter relações com outras pessoas. Mesmo traumatizada, M.C. acreditava que tinha se tornado adulta e experiente. Só anos depois, percebeu que havia sido aliciada. “Sinto que um pedaço de mim, que me trazia inocência e vivacidade, foi roubado antes que eu tivesse consciência dele.”, lamenta.

A presidente do Instituto Infância Protegida vai além quando diz que não existe perfil de abusador: embora a maioria seja do sexo masculino, mulheres também abusam, como babás, funcionárias de creche, mães, avós.  “Um caso em especial que estamos cuidando é o de uma que mãe precisava trabalhar e deixou a criança com a avó. A avó estava abusando da criança”, conta.

Para se ter uma ideia do volume de abusos, de 2011 ao primeiro semestre de 2019, foram registradas mais de 200 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, por meio do serviço Disque 100.

Como perceber 

Como identificar o abuso sexual em crianças e adolescentes?

Como identificar o abuso sexual em crianças e adolescentes? – Arte/Agência Brasil

De acordo com Elaine Amazonas, assistente social e gerente de projetos na Bahia da ONG Plan International, que promove os direitos das crianças, identificar os sinais de um abuso não é fácil pois, na grande maioria das vezes, o abusador não deixa sinais físicos. Segundo ela, é preciso estar atento às mudanças repentinas de comportamento: “Muitas vezes a criança se apresenta mais irritadiça, apresenta ansiedade, dores no corpo, na cabeça, barriga, sem uma explicação mais lógica. [Apresenta] alterações gastrointestinais. Raiva, rebeldia. Muitas crianças ficam mais introspectivas, não querem conversar, têm pesadelos constantes voltam a fazer xixi na cama, chupar dedos”, enumera.

Raquel Andrade acredita que importantes formas de prevenção são a cumplicidade e o diálogo constante com os filhos: “Que os pais se esqueçam um pouco deles e se doem mais aos filhos. Tem pai que acha que é perder tempo sentar junto com o filho. Não é perder tempo, é qualidade de vida, é salvar o seu filho, é salvar a sua filha. Então senta, conversa, mostra os perigos que eles estão correndo. Quem sabe isso seja uma forma de evitar um mal pior”, diz. Ela orienta que, durante essas conversas, os pais expliquem às crianças que não é qualquer pessoa que pode tocar nelas, que não devem conversar com estranhos nem mesmo pela internet.

A presidente do Instituto Infância Protegida lembra que hoje já existem aplicativos para computadores e dispositivos móveis que podem rastrear tudo que a criança vê e com quem ela conversa: “Os pedófilos muitas vezes se escondem atrás da tela de um computador, de um celular, de um tablet achando que internet é terra de ninguém. Então, a prevenção é muito importante”.

Cartilha

A Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do governo federal atualizou a cartilha com informações sobre abuso sexual. Nela constam informações como os conceitos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, mitos e verdades sobre esses crimes, métodos do agressor e perfil das vítimas. “O conhecimento sobre a rede de proteção dos menores de idade também é muito importante para estabelecer o vínculo entre o Estado e a sociedade para o enfrentamento dos casos.”, diz o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha.

A iniciativa é uma das ações do Maio Laranja, criado exatamente para incentivar a realização de atividades que possam conscientizar, prevenir, orientar e combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes durante todo o mês de maio. Como parte das ações programadas, ontem (17) o governo lançou o Programa Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes.

Tanto o Instituto Infância Protegida quanto a ONG Plan International estão com uma série de lives com profissionais para esclarecer os principais temas referentes ao abuso infantil.

Ajuda

Como denunciar o abuso sexual de crianças e adolescentes?

Como denunciar o abuso sexual de crianças e adolescentes? – Arte/Agência Brasil

O governo federal disponibiliza diversos de canais para atendimento às vítimas do abuso infantil. Entre eles está a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, que funciona por meio do serviço Disque 100 e que conta agora com números no Whatsapp e Telegram (basta apenas digitar “Direitoshumanosbrasilbot” no aplicativo). “Que são aplicativos onde se pode passar áudios, fotos e vídeos. A vítima pode gravar os abusos e passar por esses canais. É uma forma de denunciar e inibir a ocorrência de mais casos.”, afirma Maurício Cunha.

Outra forma de denunciar é buscar o conselho tutelar. Eduardo Rezende de Carvalho, conselheiro tutelar no Distrito Federal há cinco anos, conta como funciona o trâmite dessas denúncias. “A partir do registro, levamos ao conhecimento da autoridade policial para fazer o corpo de delito, depois identificamos o possível agressor, solicitamos ao Judiciário o afastamento como medida de proteção, caso se configure o fato, e encaminhamos ao programa de atendimento às vítimas”.

Segundo o secretário, o Brasil dispõe  de uma rede de proteção preparada e capaz de lidar com diversos graus de abusos e exploração sexual de meninos e meninas. “Desde o ano passado, 672 conselhos tutelares já receberam veículos zero quilômetro e equipamentos para a melhoria da infraestrutura no atendimento a crianças e adolescentes de todo o país. Os kits foram entregues pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) nas cinco regiões do país. O conjunto de equipamentos inclui, além dos automóveis, computadores, refrigerador, bebedouro, smart TV, ar condicionado portátil, cadeirinha para automóvel e impressora”, afirma.

De acordo com a gerente de Projetos da Plan International, toda criança e todo adolescente que sofreram violência sexual precisam receber um acompanhamento psicológico para ajudá-los a entender e ressignificar o que aconteceu. “A gente precisa lembrar o tempo todo que a vítima não é a culpada”, diz. Segundo ela, cada criança vai reagir de uma forma. Algumas terão o poder de se refazer, conseguindo deixar o trauma para trás, e outras vão apresentar problemas psiquiátricos, psicológicos, terão dificuldades em suas relações interpessoais. “Nenhuma criança ou adolescente passa por isso incólume”, diz.

Agência Brasil

Jovens dizem que educação foi a área mais afetada durante pandemia

Um estudo da organização não governamental (ONG) Plan International mostrou que 95% de meninas e jovens mulheres tiveram suas vidas afetadas de forma negativa pela pandemia de covid-19. Para as jovens, a educação foi a área mais atingida. O acesso limitado à tecnologia, o apoio insuficiente de escolas e faculdades e o espaço físico para estudar foram as principais dificuldades enfrentadas na educação em casa.

A pesquisa Vidas Interrompidas 2: em suas próprias vozes – O impacto da covid-19 na vida de meninas e jovens mulheres ouviu, nos meses de junho e julho de 2020, 7 mil mulheres de 15 a 24 anos sobre temas como educação, saúde e bem-estar, percepções sobre a vacina e o futuro. 

O Brasil está entre os países que participaram do estudo, que também incluiu meninas da Austrália, do Egito, Equador, da Espanha, dos Estados Unidos, da Etiópia, França, de Gana, da Índia, de Moçambique, da Nicarágua, do Vietnã e de Zâmbia.

A solidão e as responsabilidades domésticas também interferiram na capacidade das meninas de acompanhar o ensino a distância enquanto as escolas e faculdades foram fechadas.

“O futuro das meninas e jovens mulheres está ameaçado no Brasil e no mundo. A pandemia aprofundou as desigualdades sociais, que já eram muito marcantes, e está está fazendo com que a gente dê vários passos para trás em conquistas importantes de direitos fundamentais para a igualdade de gênero e de oportunidades”, afirma Cynthia Betti, diretora executiva da Plan International Brasil.

Nas entrevistas, as jovens relataram dificuldades de concentração e foco ao estudar em casa. Elas também citaram a falta de dinheiro para planos de dados, telefones celulares e outros custos relacionados ao aprendizado online, além do fato de não ter ninguém para ajudar a explicar lições ou conceitos, como barreiras frequentes para aprender durante a pandemia.

“Na escola temos uma abordagem mais prática. Nas aulas online temos pouca oportunidade de tirar dúvidas, e os professores só dão a aula e não esclarecem nossas dúvidas. Minha casa está muito cheia e barulhenta. Não estou conseguindo acompanhar as aulas”, disse Bárbara, de 16 anos.

Vidas interrompidas

A primeira etapa da pesquisa Vidas Interrompidas, divulgada no ano passado, revelou que 19% das meninas em todo o mundo acreditam que a covid-19 as forçará a suspender temporariamente os estudos, enquanto 7% temem ter que abandonar a escola. No auge da primeira onda da pandemia, 1,5 bilhão de estudantes foram afetados pelo fechamento de escolas, que ocorreu em 194 países em quase toda a Europa, África, América Latina e Ásia.

“A covid-19 mudou profundamente nossas vidas no último ano. Mas seu impacto não é o mesmo para todas as pessoas, e a pandemia colocou em foco as desigualdades pré-existentes, seja entre ricos e pobres, jovens e idosos, homens e mulheres”, afirma Jacqui Gallinetti, diretora de Monitoramento, Avaliação, Pesquisa e Aprendizagem da Plan International. 

Barreiras financeiras

Para reduzir os impactos do cenário revelado pela pesquisa, a organização defende que os governos reúnam esforços para lidar com as barreiras financeiras impostas às meninas. Entre as medidas propostas na pesquisa estão o pagamento de vale-alimentação, merenda escolar e transferência de renda para incentivar as meninas a voltarem à escola, aliviando a carga sobre a renda familiar.

Outro ponto indicado pela Plan International é reforçar o treinamento para professores e alunos no uso da tecnologia, para melhorar a qualidade do ensino a distância em países onde as escolas permanecem fechadas, e para que a educação seja mais resiliente em caso de crises futuras. 

“Isso inclui o planejamento de futuros fechamentos, identificando os alunos que mais precisam de apoio e investindo em meios variados, incluindo rádio, TV e aprendizagem online, bem como distribuindo kits escolares com materiais de aula e materiais escolares”, diz a organização.

Aumento da ansiedade

O estudo também mostrou que a interrupção nos estudos, combinada ao medo do próprio vírus e à necessidade de se adaptar a medidas de isolamento social, afetou a saúde mental das meninas, e muitas participantes da pesquisa precisaram lidar com o estresse e a ansiedade.

A primeira edição da pesquisa revelou que nove em cada dez meninas (88%) diziam estar sentindo níveis altos ou médios de ansiedade como consequência da pandemia de covid-19.

Por outro lado, o estudo mostrou que apenas 5% das meninas e jovens mulheres entrevistadas disseram que a pandemia só causou efeitos positivos em sua vida.

Agência Brasil