A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou na noite desta quarta-feira (30) que o Ministério da Saúde enviou a documentação necessária para a liberação de 2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da fabricante Janssen que chegaram ao país na sexta-feira (25), doadas pelos Estados Unidos.
Mais cedo, a agência havia anunciado, em nota enviada ao G1 às 18h20, que o ministério não havia enviado a documentação para liberar essas doses. No entanto, às 19h45 a Anvisa publicou uma atualização e declarou que recebeu, no final da tarde, os “documentos complementares relativos à carga de 2.052.350 doses da vacina da Janssen”.
A Anvisa declarou ainda que já realizou a liberação para que essas doses possam ser distribuídas e que “não há mais documentos pendentes de apresentação”.
Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta, o governador de São Paulo João Doria (PSDB), acusou o Ministério da Saúde de reter 678 mil doses da vacina que deveriam ser distribuídas para o estado de São Paulo, de um total de 3 milhões de doses doadas pelos Estados Unidos.
A pasta afirmou que aguarda aval da Anvisa para começar a distribuição.
“A expectativa é de que a liberação seja realizada ainda hoje para que a distribuição seja feita em até 48 horas”, disse o Ministério da Saúde durante a tarde.
No início da noite, no entanto, a Anvisa afirmou ao G1 por meio de nota que o Ministério da Saúde só havia enviado a documentação necessária para a liberação das 947 mil doses recebidas no sábado (26), mas não para as 2 milhões de doses doadas e entregues na sexta-feira (25).
“Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde apresentou documentação referente à carga de 947.650 doses de vacina para Covid-19 da fabricante Janssen enviadas ao Brasil e a Anvisa realizou a liberação do lote para fins de distribuição. Contudo, a Agência ainda não recebeu documentação relativa à outra carga, de 2.052.350 doses”, disse a Anvisa, na primeira nota.
O G1 questionou novamente o Ministério da Saúde sobre a documentação e aguarda retorno.
Governo de SP pede a liberação de doses
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), Doria pediu a “imediata liberação de 678 mil vacinas da Janssen que estão estocadas no deposito” e declarou que o lote está parado desde o dia 25 de junho.
“Faço isso em nome de todos os governadores dos estados brasileiros, porque essas vacinas da Janssen foram doadas pelo governo norte-americano para o Brasil, chegaram no Aeroporto Internacional de Viracopos na sexta-feira. Nós estamos no dia 30 de junho e elas ainda não foram distribuídas pro sistema nacional de imunização”, disse Doria.
Em geral, vacinas importadas passam por um controle de qualidade para atestar se as condições de segurança do produto foram mantidas durante a viagem, antes de serem distribuídas. O mesmo procedimento é feito com doses da CoronaVac e da AstraZeneca.
Governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa na última quarta-feira (23) — Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Além destas 3 milhões de doses doadas pelo governo norte-americano, o Brasil já recebeu outras 1,8 milhão de doses da Janssen anteriormente.
Foram entregues 1,5 milhão de doses no dia 22 de junho e outras 300 mil unidades no dia 24 de junho. Estes lotes fazem parte de um contrato do governo federal com a farmacêutica que prevê a entrega de um total de 38 milhões de doses até dezembro.
Até esta quarta, 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen já foram distribuídas pelo governo federal por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Vacina da Janssen
A vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, é aplicada em dose única. A Anvisa aprovou o uso emergencial do imunizante em 31 de março de 2021.
A doação das 3 milhões de doses ao Brasil é a maior já feita pelo governo dos Estados Unidos a qualquer país até agora. O principal assessor do presidente americano para a América Latina afirmou que a doação ao Brasil reflete “o foco dos EUA para combater a Covid numa das regiões mais afetadas pela pandemia”. A intenção da Casa Branca é compartilhar 55 milhões de vacinas em todo o mundo.
A agência de regulação sanitária norte-americana (FDA) aumentou a validade das doses, de três meses para quatro meses e meio, desde que armazenados em temperatura de 2° a 8°C.
Escrevo por conta desse “novo golpe” do celular, no qual os ladrões entram nos apps dos bancos. Meus pais, idosos, ficaram apavorados e compraram celulares alternativos sem app para usar fora de casa, mas fiquei pensando se não tem uma alternativa mais simples – como, por exemplo, jogar os apps em uma pasta protegida por senha ou disfarçar o app com outros ícones. Isso funcionaria? Penso que as empresas deveriam se encarregar de reforçar a segurança, mas isso é mais lento que a evolução dos golpes. – Maria Fernanda
Fernanda, a sua ideia, na prática, já é aplicada pela maioria dos bancos. Praticamente todos os aplicativos exigem que você informe uma senha antes de confirmar uma transferência ou até no momento de entrar em conta. Ou seja, o uso do aplicativo já está protegido por senha.
Ainda não se tem absoluta certeza sobre como os ladrões estão acessando as contas dos celulares – inclusive, é possível que a explicação tenha de ser dada individualmente, para cada caso.
O que podemos imaginar, contudo, é que os ladrões estão conseguindo driblar a segurança do sistema do smartphone. Isso pode acontecer quando o celular está desbloqueado ou se há uma vulnerabilidade (pode ser uma falha no sistema ou uma senha de bloqueio fraca).
A segurança do aparelho, quando desbloqueado, é drasticamente reduzida.
Colocar uma senha adicional em aplicativos individuais não terá necessariamente o efeito desejado, principalmente quando os próprios bancos já exigem senha nas operações.
Especialistas em segurança mostram como evitar prejuízos no banco em caso de roubo do celular
Feita essa ressalva, existe um recurso que pode ser útil: a “fixação de apps” (Android) ou “Acesso Guiado” (iPhone). É um recurso que fixa um aplicativo na tela e volta para a tela de bloqueio caso haja uma tentativa de abrir outro app. Você pode usar essa função para travar o GPS na tela, por exemplo, sem que o smartphone fique totalmente desbloqueado.
Para usar esse recurso, você precisa ativá-lo primeiro nas configurações de segurança. A Apple tem um artigo detalhado com um passo a passo para o iPhone, e o Google tem um para o Android. No caso do Android, as etapas podem ser diferentes em alguns modelos (a Samsung, por exemplo, chama o recurso de “Marcar janelas”).
Configuração da ‘Fixação de app’ no Android. Recursos bloqueia o aplicativo em uso e bloqueia a tela caso o app seja fechado — Foto: Reprodução
Essa função foi criada para que você possa entregar o seu celular a outras pessoas, principalmente crianças, sem colocar os outros aplicativos do celular em risco.
Infelizmente, o efeito às vezes é limitado – por exemplo, se você fixar o WhatsApp, a função de galeria (envio de imagens) ainda dá acesso a todas as fotos armazenadas no seu celular.
Sem dúvida, esse acesso parcial bloqueado impõe uma barreira a mais para o ladrão, mas não chega a ser tão boa quanto o bloqueio de tela completo. O aparelho ainda está “desbloqueado”.
Para bloquear apps específicos com uma senha, você vai precisar de aplicativos de terceiros, e o efeito prático é ainda mais imprevisível.
O blog já tratou deste assunto aqui:
Risco está nos dados
É importante lembrar que os criminosos podem utilizar as informações armazenadas no aparelho (contas de e-mail, conversas, SMS, fotos) para tentar acessar as contas. Alguns desses dados estarão disponíveis mesmo que nenhum app financeiro esteja instalado.
Estamos acostumados com espaço sobrando na caixa de entrada de e-mail e raramente apagamos mensagens em definitivo, o que significa que um smartphone desbloqueado pode ser uma porta de entrada para todo o nosso histórico de e-mails.
Celular é a nova carteira: saiba manter seu aparelho seguro e o que fazer em caso de roubo
Conforme alguns relatos, há situações em que os criminosos usam os dados que encontram para enviar mensagens em nome das vítimas e pedir ajuda para movimentar a conta.
Resumindo, o problema nem sempre está nos aplicativos. A montanha de informações pessoais acessíveis pelo celular é, por si só, muito útil para a realização de fraudes. É por isso que o bloqueio de tela é imprescindível.
Dedicar um dispositivo para uma tarefa normalmente traz um ganho de segurança, mas a relevância desse ganho vai depender de outros fatores.
Se você adquirir um segundo smartphone barato, cadastrar sua conta nele e deixar sem bloqueio de tela porque dá muito trabalho digitar uma senha e não há biometria, você pode ter piorado sua segurança.
Se esse aparelho secundário for antigo e tiver uma versão desatualizada do sistema, você novamente pode ter piorado sua segurança – a não ser que realmente só utilize o aparelho para chamadas. Mas aí você pode ter problemas caso tenha cadastrado o número em contas on-line.
Apenas adquirir um segundo telefone sem evitar outras práticas arriscadas (manter e-mails eternamente, enviar senhas por mensagem, tirar fotos de cartões…) não vai resolver esse problema. E, como o blog também já comentou, não há medida digital que impeça uma ameaça física, como um sequestro ou violência corporal.
Não existe uma saída perfeita para essa situação, mas precisamos refletir quando uma situação é menos arriscada que outra. Abandonar os aplicativos significa voltar a outros hábitos que também são perigosos – como saques em agências e uso do computador para o internet banking, que normalmente é menos seguro e conveniente do que o celular.
SMS de confirmação
O blog aproveita o assunto de segurança nos aplicativos financeiros para responder mais uma pergunta.
Uso o Internet Banking com frequência para pagamento de contas e transferências. Acredito que o sistema oferece uma boa segurança, pois toda operação precisa ser confirmada por uma senha que é enviada para o celular que estiver cadastrado como vinculado à conta.
No entanto, constatei outro dia que, se esse celular for usado para fazer tais operações, é possível fazer uma transferência de valores elevados diretamente, sem a necessidade de qualquer confirmação. Ou seja, se estiver com um saldo elevado em minha conta corrente e alguém tiver acesso ao meu celular, ele poderá transferir tal valor para outra conta facilmente.
Gostaria de saber se existem alternativas para bloquear esse tipo de operação no celular. – Arcenio
Arcenio, a existência de alternativas dependerá do que é oferecido pelo banco. Recomendo entrar em contato e se informar sobre outras formas de autenticar transferências.
Há, sim, alternativas mais seguras do que o envio de SMS. Sua suspeita está correta. Uma ideia, por exemplo, é usar o gerador de senhas do banco, que normalmente faz parte do aplicativo.
Pode ser até que seu app já esteja utilizando e preenchendo as senhas automaticamente – você pode ter desbloqueado o gerador de senhas logo no início do acesso ao app.
A confirmação por SMS ainda pode ser um “extra” na sua segurança, ou seja, um mecanismo de apoio. Não há problema em usar o SMS desta forma, desde que as senhas geradas no aparelho, ou outra senha de sua escolha, também façam parte do processo.
Avalie também se os limites definidos pelo banco estão de acordo com o seu uso diário. Se estiverem muito altos, fale com a instituição e pergunte se é possível estabelecer valores mais próximos do que você realmente precisa.
Despedida
“Segurança é um processo, não um produto”. Esta frase do especialista em segurança Bruce Schneier constava na estreia deste blog em 2008, ainda com o nome “Segurança para o PC”. Após 12 anos e meio de notícias, alertas e dicas, este blog chega ao seu último tira-dúvidas.
O mundo digital e a tecnologia estão sempre se transformando, mas o ensinamento de Schneier segue verdadeiro. Não existe um produto mágico capaz de nos dar segurança, mas sim um processo. A evolução que desbrava o novo deve vir acompanhada da confiança de que estamos ampliando mais os horizontes do que os riscos.
O recado desta despedida é que devemos procurar a tecnologia sempre que ela facilite nossas vidas e nos permita fazer mais – trabalhar melhor, nos divertir, aprender –, mas manter o olhar questionador quando um serviço pede nossos dados e um lugar em nossa rotina.
Quando refletimos sobre essas dúvidas – em textos como este –, medimos a confiança que a tecnologia merece. É assim que criamos um caminho para que ela ocupe um espaço em nossas vidas que seja, ao mesmo tempo, amplo e seguro.
Agradeço a todos os leitores pela companhia e lembro que o G1 Tecnologia (que sempre confiou o seu espaço a este blog) continuará trazendo notícias e dicas sobre segurança digital. Até mais!
Mais sobre segurança digital
Como evitar os golpes no WhatsApp:
Golpes no Whatsapp: saiba como se proteger
Como fazer o download de aplicativos de forma segura:
Download seguro: saiba como baixar programas legítimos
Um exame mostrou que uma criança de 2 anos e 2 meses adquiriu anticorpos contra o coronavírus, em Tubarão, no Sul catarinense, através da amamentação. A fisioterapeuta Maryucha Miranda de Oliveira, de 38 anos, recebeu as duas doses da vacina da AstraZeneca e continuou amamentando o filho.
“Foi comprovado a importância da amamentação e da vacina. Uma vacina com duas pessoas imunizadas”, afirmou a mãe.
O caso é isolado e que o teste foi feito com pedido e acompanhamento médico. Na sexta-feira (25), um exame de anticorpos neutralizantes foi feito com o sangue da criança, que possui uma doença autoimune caracterizada por baixos níveis de plaquetas no sangue, e o resultado confirmou a produção anticorpos neutralizantes contra o coronavírus, inclusive para variantes do vírus.
Maryucha tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19 — Foto: Maryucha Miranda/Arquivo Pessoal
Segundo o secretário de Saúde de Tubarão, Daisson José Trevisol, a Secretaria de Saúde do município acompanha o caso e deve notificar a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
“Foi confirmado. Houve a transferência de anticorpos da mãe para o filho pela amamentação, não tem outra possibilidade”, disse o secretário de Saúde de Tubarão.
O resultado mostrou que Joaquim possui cerca de 20% dos anticorpos detectados neutralizam variantes do Brasil, África do Sul e do Japão, e há 14,7% de atividade de anticorpos neutralizantes das variantes de Wuhan e do Reino Unido.
“As vacinas induzem formação de anticorpos para a proteína Spike, que está presente em todas as variantes. Mas é importante que se saiba que um teste de anticorpos neutralizantes não é indicado para saber se a pessoa respondeu a vacina ou não, se está imune ou não. O nosso sistema imune é muito mais que isso”, disse a médica infectologista, Carolina Ponzi
Maryucha afirma que parou de amamentar Joaquim dez dias antes de realizar o exame. Segundo ela, o programado era amamentá-lo até os dois anos de idade. A decisão de estender a amamentação por cerca de 20 dias depois da segunda aplicação da vacina foi feita para garantir uma proteção maior para o filho.
“Ficamos sabendo da possibilidade de passar os anticorpos pelo leite materno, decidimos estender o mama até mais dias após a minha segunda dose que aconteceu no dia 24 de maio e fizemos o teste”, disse Maryucha Miranda de Oliveira.
Maryucha afirma que parou de amamentar Joaquim 10 dias antes de realizar o teste — Foto: Maryucha Miranda/Arquivo Pessoal
A médica pediatra que acompanha Joaquim e um infectologista tiveram acesso aos resultados do teste e confirmaram também a presença dos anticorpos contra a doença, conta a mãe.
Segundo o Secretário de Saúde da cidade, o médico Daisson José Trevisol, esse é o primeiro caso documentado da região.
A Dive-SC informou ao G1 que ainda não foi notificada sobre “a presença de anticorpos pós-vacinação em pacientes adultos, bem como em bebês nascidos com anticorpos ou crianças que possam ter adquirido com a amamentação”.
O órgão afirma ainda que a possibilidade de transferência de anticorpos de mãe vacinada e lactante para o filho ainda é objeto de estudo “e a detecção desses anticorpos na criança não necessariamente quer dizer que a criança esteja protegida da doença”.
Teste de Joaquim aponta 20% de atividade de anticorpos neutralizantes contra variantes da Covid-19 — Foto: Maryucha Miranda/Arquivo Pessoal
Questionado pelo G1 SC, o Ministério da Saúde informou que ainda não há um levantamento sobre casos como o de Joaquim. O órgão disse que ainda não foi notificado sobre o caso em questão, mas que resultados como este são esperados. O Ministério da Saúde afirma que acompanha estudos sobre a vacinação contra a Covid-19 e os impactos.
Cuidados e o teste
Segundo Maryucha, que é profissional da saúde na rede municipal, o cuidado com Joaquim durante a pandemia foi grande já que ele possui Púrpura Trombocitopenica Idiopática PTI. A doença autoimune é caracterizada por níveis baixos de plaquetas, células sanguíneas que previnem o sangramento.
“A imunidade dele é baixa. Sempre tivemos muito cuidado quanto a pandemia, apesar de semanalmente estarmos no hospital por causa da doença autoimune que ele tem e de saber que não existe ainda vacina contra a Covid-19 para a idade dele [… sabíamos da possibilidade [de transferir os anticorpos pelo leite materno]”, afirma.
Segundo a prefeitura, Maryucha tomou a primeira dose da vacina contra a doença no dia 1° de março, quando Joaquim tinha 1 ano e 11 meses. A segunda dose foi no dia 25 de maio, quando ele já havia completado 2 anos e 1 mês.
Maryucha e Joaquim — Foto: Maryucha Miranda/Arquivo Pessoal
“Fizemos [o exame] em um Laboratório em Florianópolis, porque ele faz acompanhamento semanal no hospital infantil Joana de Gusmão e não queríamos furar ele duas vezes na mesma semana. Mandamos o exame para um infectologista e para médica dele”, explica a mãe.
A pediatra Joana Sacheti Freitas Donatel, que atende Joaquim, confirmou o resultado dos exames e afirma que mais estudos devem ser feitos para entender como será a atuação dos anticorpos na proteção da criança a partir de agora.
“Até o momento, não sabemos o quanto isso garante imunidade ao Joaquim. Estes anticorpos apresentam efeitos neutralizantes contra o Covid-19, sendo um potencial efeito protetor contra a infecção no Joaquim. Entretanto, é necessário mais estudos para podermos entender bem como funciona, por quanto tempo dura esta proteção, este anticorpo. Encontrar anticorpos no Joaquim é uma notícia promissora, porém até o momento ainda não sabemos o que isso significa na prática”, concluiu a médica.
Segundo a pediatra Joana Sacheti Freitas Donatel, é possível que futuramente a família realize novos exames para saber a efetividade da presença dos anticorpos em Joaquim.
Anticorpos e amamentação
Segundo a médica infectologista, Carolina Ponzi, há estudos que mostram a presença de anticorpos do tipo IgA em mulheres lactantes que receberam vacinas contra a Covid-19. Esse tipo de anticorpo tem a capacidade de conferir a imunidade passiva da mãe para o filho, através da amamentação.
A fisioterapeuta tomou a segunda dose da vacina da Astrazeneca e seguiu com a amamentação de Joaquim por mais 20 dias — Foto: Maryucha Miranda/Arquivo Pessoal
“As vacinas induzem a formação de anticorpos, que acabam sendo excretados pelo leite materno. Isso acontece com várias vacinas, como com a vacina contra Influenza e contra a coqueluche. Portanto, é esperado que se identifiquem anticorpos contra o SARS-CoV2 em lactentes que tenham sido completamente imunizadas contra este vírus”, explica a médica infectologista Carolina Ponzi.
Ainda de acordo com a médica, alguns estudos mostram que os anticorpos ficam detectáveis no leite materno por até 6 semanas.
CLAYTON CASTELANI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Previdência informou nesta quarta-feira (30) que passará um pente-fino em mais 170 mil benefícios por incapacidade temporária, mais conhecido como auxílio-doença, que estão sendo pagos há mais de seis meses sem a realização de perícia médica nesse intervalo e que não possuem data definida para o encerramento.
Esses segurados poderão ser convocados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para serem examinados pela Perícia Médica Federal para reavaliação da incapacidade que gerou a concessão do auxílio.
O pente-fino nos benefícios por incapacidade se tornou um procedimento constante na gestão do presidente Jair Bolsonaro, que junho de 2019 publicou a lei 13.846 definindo critérios para revisão de benefícios com indícios de irregularidade ou que não estão em dia com o exame pericial, além de estabelecer o pagamento de bônus para peritos realizarem atendimentos extraordinários.
A Previdência também comunicou a autorização para atendimentos em formato de mutirões, quando os peritos poderão fazer, além da revisão, outras perícias para reconhecimento inicial de benefício que aguardam na fila para a concessão.
Os avisos para os convocados começarão a ser enviados no início da próxima semana e o agendamento observará a capacidade operacional da Perícia Médica e das Agências da Previdência Social, conforme os critérios sanitários exigidos pelos órgãos sanitários, informou a Previdência. As cartas simples serão postadas para os endereços cadastrados no INSS.
Os segurados também poderão ser convocados por meio da rede bancária, considerando o órgão pagador do benefício, quando esse tipo de notificação for disponível.
A Previdência ainda avisou que poderá fazer a convocação por meio eletrônico (sem detalhar qual meio exatamente) ou edital em Diário Oficial.
O segurado que receber a notificação deverá solicitar, em até 30 dias após a convocação, o agendamento da perícia médica revisional no site do INSS no botão “Agende sua Perícia Médica” ou pela Central 135.
Quem não fizer o agendamento terá o benefício suspenso.
Das 724 agências da Previdência que possuem serviço de perícia médica 619 estão funcionando e 2.549 peritos médicos estão com as agendas abertas para atendimento.
O tempo médio entre o agendamento e a realização da perícia médica está em 39 dias.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou na noite desta quarta-feira (30) que concluiu a checagem e separação das doses recebidas nesta quarta.
Com isso, a distribuição será antecipada para a manhã desta quinta-feira (1), para os 221 municípios que ainda não concluíram a vacinação da primeira dose.
Nesta quinta-feira (1), por volta das 16h, a Paraíba recebe uma nova remessa de doses de vacina, da Pfizer, a ser distribuídas na sexta-feira (2), pela manhã.
Contrário ao voto impresso, o deputado federal Rafafá (PSDB), no cargo desde abril após a licença de Pedro Cunha Lima, questiona a tentativa de mudança no pleito das eleições com a proposta do voto impresso. Para ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) representa “atraso e gasto desnecessário, a urna eletrônica funcionou tão bem até hoje e elegeu todo mundo”, ao considerar que, ao longo de mais de duas décadas, o sistema eleitoral brasileiro nunca apresentou nenhuma falha.
Segundo ele, não há justificativa para levantar suspeitas ou duvidar do sistema eleitoral, vigente há 25 anos. “Todos nós crescemos vendo a urna eletrônica, e todo mundo que estar no poder hoje, foi por meio da urna eletrônica, sem precisar desse voto impresso. Quer dizer que agora as urnas não servem mais? Não é assim não. Isso representa um gasto gigante, e desqualifica a atuação dos tribunais eleitorais”, destacou.
Na última segunda-feira (28), o deputado Filipe Barros (PSL-PR), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, deu voto favorável à impressão em papel de comprovante do voto dado na urna eletrônica. No entanto, oposição e aliados pediram vista do relatório, adiando a discussão e a votação por duas sessões de plenário.
Para valer para as eleições de 2022, o processo de votação precisa concluir todas as etapas em no máximo um ano antes das eleições, nesse caso em outubro deste ano. O parecer de Barros só deverá ser votado nas próximas sessões, e ainda precisa ser aprovado em dois turnos no plenário da Câmara e depois no Senado. Vale lembrar que a Câmara entre em recesso no próximo dia 18.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a eventual implantação do voto impresso (em conjunto com a urna eletrônica) provocaria um gasto público estimado de R$ 2 bilhões.
O concurso público para a Polícia Civil da Paraíba com 1.400 vagas terá o edital publicado entre julho e agosto. Em entrevista ao ClickPB, nesta quarta-feira (30), o integrante da comissão do concurso, o delegado Bergson Vasconcelos, deu detalhes sobre a expectativa em torno da realização do certame.
Segundo ele, conforme confirmado pelo governador João Azevêdo, além da banca organizadora que é o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), as provas da primeira fase devem acontecer entre outubro e novembro. O concurso deve suprir as necessidades dos cargos de carreira da Polícia Civil, considerando um cenário com previsão de 785 servidores aptos à aposentadoria.
“A gente está trabalhando para entre julho ou agosto o edital estar pronto. A prova acontece no mínimo em 90 dia após a publicação do edital. Se o edital sair em julho, as provas acontecem entre outubro ou novembro desse ano”, explicou.
Segundo o delegado, o requisito para ingressar em qualquer cargo é ter nível superior completo. Os inscritos serão avaliados por etapas diversas como: prova objetiva, escrita, investigação social, teste de aptidão física, teste psicotécnico e curso de formação.
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quarta-feira (30), o secretario de Segurança, Jean Nunes, falou sobre a expectativa de outros certames. De acordo com ele, não há previsão de concurso para demais forças. “Não há ainda uma decisão com relação a concurso a outras áreas”, destacou.
A rede de farmácia Redepharma Monteiro abriu oportunidades de emprego nesta quinta-feira (01) para Vendedor de Suplementos. Requisito básico para vaga experiência na área.
Para participar do processo seletivo os interessados devem deixar os currículos com foto na unidade da farmácia que fica localizada no centro de Monteiro em frente à igreja matriz.
A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (30) a quebra do sigilo bancário do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias.
Roberto Dias também teve quebrado o sigilo telemático e telefônico. No caso de Pazuello, as quebras já estavam aprovadas pela comissão, mas agora avançou para a transferência dos dados fiscais e bancários do ex-ministro.
A transferência dos sigilos dos dados foi aprovada em meio a denúncias de irregularidades, cobrança de propina e pressões envolvendo a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
Apontado como um dos que pressionaram pela liberação da vacina indiana Covaxin, Roberto Dias foi exonerado na noite desta terça-feira (29), após o jornal “Folha de S. Paulo” publicar entrevista com o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti.
Ao jornal, o empresário disse que o diretor da Saúde pediu propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca para a empresa assinar contrato com o ministério.
Também foram quebrados sigilos de empresários, assessores do governo e representantes do chamado “gabinete do ódio”, um dos objetos de apuração da CPI. O blogueiro Allan dos Santos também foi um dos atingidos.
A CPI aprovou ainda novos requerimentos de convocação de autoridades para prestar depoimento.
Sigilos quebrados
A CPI aprovou requerimentos com diferentes alcances sobre a transferência dos sigilos. Confira lista abaixo.
Tiveram aprovadas as quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático:
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
George da Silva Diverio, ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro
Marcelo Batista Costa, coordenador-geral substituto de aquisições do Ministério da Saúde
Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde
Empresas Cefa-3 e Lled Soluções
Celso Fernandes de Mattos, sócio das empresas Cefa-3 e Lled Soluções
Fábio Rezende Tonassi, sócio das empresas Cefa-3 e Lled Soluções
Leneir dos Santos Oliveira, sócio da S P Serviços e Locação
Jean dos Santos Oliveira, sócio-administrador da S P Serviços e Locação
Tiveram os sigilos telefônico e telemático quebrados:
Marcos Eraldo Arnaud, o “Markinhos Show”, publicitário ligado a Pazuello
Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos
Carlos Eduardo Guimarães, assessor próximo à família Bolsonaro
Mateus de Carvalho Sposito, assessor no Ministério das Comunicações
Mateus Matos Diniz, assessor no Ministério das Comunicações
Bill Cosby deixou a prisão nesta quarta-feira (30) após ter sua condenação anulada pela Suprema Corte do estado americano da Pensilvânia, de acordo com o jornal “Washington Post”.
Com 83 anos de idade, o comediante americano cumpriu mais de dois anos da sentença de três a dez anos de prisão dada a ele em 2018. Ele tinha sido condenado pelo abuso sexual, ocorrido em 2004, de Andrea Constand, ex-funcionária da Universidade de Temple, onde ele estudou.
Para o juiz David Wecht, um promotor envolvido na investigação de Cosby, Bruce Castor, induziu o comediante a se incriminar durante um testemunho em um processo civil ao prometer que as declarações não seriam usadas em uma acusação criminal.
Depois disso, um outro promotor, Kevin Steele, desrespeitou o acordo e usou o testemunho no processo criminal. Isso seria uma violação aos direitos garantidos pela Quinta Emenda da Constituição americana, que determina que uma pessoa não precisa produzir provas contra ela mesma. De acordo com a Corte, Steele era obrigado a seguir a promessa feita pelo antecessor.
De acordo com a Corte Suprema estadual, o promotor do caso, Kevin Steele, responsável pela prisão de Cosby, era obrigado a manter uma promessa feita pelo seu antecessor de não acusar formalmente o comediante.
Na decisão, os juízes afirmaram que anular a condenação, e barrar qualquer nova acusação, “é o único remédio que atende às expectativas razoáveis da nossa sociedade em relação a seus promotores eleitos e nosso sistema de justiça criminal”.
A Corte ainda afirmou que testemunhos de cinco outras acusadoras contaminaram o julgamento original, por mais que a Corte inferior tenha decidido que elas ajudavam a mostrar um padrão no comportamento de Cosby, que envolvia drogar e abusar sexualmente de mulheres.
Promotores não responderam à AP se vão apelar da decisão.
Os juízes da Suprema Corte manifestaram preocupação não apenas em relação a casos de agressão sexual, mas com que veem como uma tendência crescente do judiciário americano de permitir testemunhos que se tornam ataques ao caráter.
A lei permite testemunhos apenas em casos limitados, mas incluem a demonstração de padrões criminais tão específicos que ajudem a identificar o criminoso.
Além de Andrea, mais de 60 mulheres também acusaram Bill Cosby de abusos sexuais entre os anos 1960 e 2000.