Buscas seguem dentro do mato em Cocalzinho (GO): forças policiais patrulharam 17 fazendas e acionaram drones, mas não prenderam o autor da chacina

Lázaro Barbosa de Sousa, 33 anos — Foto: Reprodução/ Internet

A caçada por Lázaro Barbosa de Sousa, 33 anos, autor de uma chacina em Ceilândia Norte, no Distrito Federal, e que tem deixado um rastro de crimes por onde passa desde então, entra no sétimo dia nesta segunda-feira (14/6). Neste momento, as buscas são feitas em um raio de 10 km, na região de Cocalzinho (GO), município distante 112 km de Brasília.

Policiais percorrem o cerrado a pé, alguns com cães farejadores. Além disso, dois helicópteros, um da Polícia Militar e outro da Polícia Civil do DF, sobrevoam a região. Para fechar o cerco, a BR-070 tem vários pontos de bloqueio.

Durante a madrugada, as forças policiais patrulharam 17 fazendas na região de Cocalzinho (GO) para evitar que o foragido invadisse as propriedades para se esconder e fizesse mais vítimas. Na tentativa de localizá-lo no escuro, a polícia passou a utilizar drones com sensores infra-vermelhos.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, o assassino conhece bem a região: é caçador e mateiro. As forças de segurança afirmam que ele carrega ao menos três armas de fogo.

Gabinete tático

Em Cocalzinho (GO), uma nova base foi montada pelos agentes policiais do DF, que têm contato com a cooperação das forças de segurança goiana. Batizada de gabinete tático, é dali que são traçadas as estratégias de buscas e distribuídas as missões.

A chacina

Polícia faz caçada a maníaco que matou 4, atirou em 3 e aterroriza DF e Goiás
Foto: Reprodução/ Record TV

Lázaro Barbosa é apontado pela Polícia Civil do DF como o autor de pelo menos quatro mortes no Incra 9, em Ceilândia Norte. O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (9/6).

Ele invadiu a chácara da família e matou a facadas e tiros, o empresário Cláudio Vidal, 48, e os dois filhos, Gustavo e Carlos Eduardo Marques Vidal, 21, e 15 anos, respectivamente. Na fuga, ele levou a mulher de Cláudio e mãe dos jovens, a empresária Cleonice Marques, 43.

Minutos antes da entrada do criminoso, a mulher ligou para o irmão pedindo socorro. Mas quando ele chegou, os sobrinhos estavam mortos e o cunhado, agonizando, avisou que o criminoso tinha levado a mulher dele.

Dois dias depois do crime, o corpo de Cleonice foi encontrado em um córrego próximo à BR 0-70.

Desde então, as forças policiais iniciaram as buscas por Lázaro, que têm deixado vítimas por onde passa.

Já em Cocalzinho, ele atirou em três pessoas que estavam em uma chácara. Duas delas ficaram em estado grave e o terceiro, atingido na perna, já recebeu alta. Lá, Lázaro ainda roubou duas armas.

Na tarde de domingo (13/6), o criminoso invadiu uma terceira propriedade, também no município goiano, de onde roubou um carro usado para fugir dos policiais, aos quais, àquela altura, já tinham se juntado agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao se deparar com um ponto de bloqueio montado pelas forças de segurança, Lázaro abandonou o veículo e fugiu pela mata durante a madrugada.

Primeiros crimes do serial killer baiano

A vida de crimes do assassino começou quando ele tinha 19 anos, no povoado onde morava, na cidade de Barra do Mendes, região noroeste da Bahia.

À época, Lázaro passou quase 15 dias escondido numa serra enquanto policiais tentam capturá-lo. A capacidade de ele se esconder, aliada à violência dos crimes, criou um boato na cidade de que Lázaro havia feito um pacto com o diabo. Sendo verdade ou não, a Polícia Civil informou que o acusado do duplo homicídio foi preso na ocasião do crime, após se apresentar na delegacia. “Ele conseguiu fugir cerca de 10 dias depois, sendo considerado foragido desde então”, diz nota da polícia.

Logo no início do ano de 2007, Lázaro se apaixonou por uma menina - na época, tinha 19 anos. A moça era uma adolescente – ela teria entre 15 e 17 anos – e não gostava dele. Ela, assim como as outras pessoas, tinha receio de conversar com Lázaro pelo fato de ele ser muito carrancudo. Ele passou a segui-la em algumas ocasiões, comportamento que deixou a adolescente apavorada. 

Uma noite, Lázaro estava caçando com a espingarda quando avisou a jovem. Ela correu ao vê-lo e ele a seguiu. Para se livrar dele, a garota entrou em um sítio pedindo socorro. O dono do local, Carlito, que tinha 40 anos na época, também guardava uma espingarda em casa. Ao escutar o desespero da menina, ele saiu armado. Lázaro, que havia se escondido numa bananeira, atirou sem pestanejar. “Carlito morreu sem saber quem atirou nele”, contou a moradora. 

A segunda vítima de Lázaro foi logo em seguida. Vizinho de Carlito, o também trabalhador rural Manoel de Paula, 60, estava em seu sítio e escutou os gritos da moça seguidos de tiros. Ao chegar, deu de cara com o corpo do amigo e saiu em perseguição a Lázaro. No entanto, numa troca de tiros, Manoel acabou também morto.  A jovem sobreviveu.

Com informações do Correio Braziliense, Correio 24 Horas e Mídia em Ação

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