A cidade de Monteiro, localizada a 305 km de João Pessoa, no Cariri da Paraíba, apareceu na lista das cidades que estão em situação de emergência por causa da seca, mesmo sendo a primeira a receber as águas da Transposição do São Francisco no estado, há cerca de um ano. Apesar disso, os moradores ainda sofrem com a falta de água.
Segundo o secretário de Comunicação da cidade, Fred Menezes, o município consta no decreto porque é o maior em área territorial da Paraíba e as águas da transposição ainda não trouxeram benefícios para a zona rural. Além disso, o fornecimento está suspenso desde o fim de março e a previsão de retorno é de quatro a seis meses. Uma rede de abastecimento de água está sendo feita na cidade, mas, segundo a prefeitura, falta decidir quem vai assumir o comando desta água.
De acordo com o Diário Oficial do Estado (DOE), 196 municípios paraibanos estão em situação de emergência. Dentre as áreas contempladas no decreto, estão também as cidades de Campina Grande, Alagoa Grande, Cajazeiras, Itabaiana, Boqueirão, Sousa, Patos e Guarabira.
Moradores gastam dinheiro para comprar água
Veículos nas ruas de Monteiro vendem água em tonéis por R$ 19 e baldes por R$ 1,50, cada. O agricultor Mauro Rodrigues conta que ainda não tem acesso à água que chega do Rio São Francisco e paga até R$ 100 para abastecer a cisterna da residência dele com carros-pipa. “Eu vou morrer e não vejo [a água]”, diz o morador.
Na Vila Popular, a dona de casa Dejaíde Izis Pereira mostra que a água falta e, quando chega às torneiras, é barrenta. “Para tomar, para beber, é inadequada. Não sou de confiança para tomar essa água”, afirma.
Transposição do Rio São Francisco
Em 8 de março de 2017, a água da transposição do Rio São Francisco chegou a Monteiro. A água passou no último segmento de canal da transposição para entrar no túnel, por volta das 18h20, já na zona rural de Monteiro, próximo à divisa com Pernambuco.
Já no dia 14 de março deste ano, o Ministério da Integração confirmou a necessidade de suspensão temporária da transposição do Eixo Leste do Rio São Francisco para a Paraíba, até que as obras programadas para os açudes de Poções e Camalaú sejam concluídas, prazo máximo de quatro meses, segundo nota do governo.
Ainda de acordo com a nota do governo, o volume de água armazenada em Boqueirão é suficiente e a suspensão não prejudicaria o abastecimento da população.
G1

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